Cangaceira no Congresso de Escritores
Por: Valdeck Almeida de Jesus
Por: Valdeck Almeida de Jesus
Durante quatro dias Ribeirão Preto (SP) fervilhou de escritores, poetas, jornalistas, leitores, pessoas comuns e celebridades do mundo literário, que participaram do Congresso da União Brasileira de Escritores-UBE, que aconteceu de 12 a 15 de novembro de 2011. Dentre tantas atividades, palestras, mesas redondas, comunicações, recitais, exposições e debates, Domingos Ailton, professor, jornalista e escritor jequieense também estava presente.
A presença de Dominguinhos, como é mais conhecido, era notada tanto pelas intervenções pertinentes quanto pela exposição de uma figura do semi-árido, personagem principal do novo romance histórico de sua autoria. Anésia Cauaçu ficou conhecida em todo o congresso, pois Domingos a apresentava a todos e a todas. Primeira mulher a liderar um grupo de cangaceiros na região de Jequié, Anésia foi a pioneira dos movimentos feministas na época, pois vestia calças e sentava de frente no cavalo, enquanto as demais mulheres sentavam-se de lado.
O livro foi lançado durante o evento e os exemplares foram esgotados em poucos minutos. Domingos, que se queixava do peso da mala, volta pra Jequié aliviado da bagagem pesada e com outro peso, este, de arrependimento. “Eu devia ter trazido muito mais exemplares, pois qualquer quantidade que viesse seria vendida de imediato”. O fascínio pela história de Anésia se deve ao resgate histórico da vida de uma mulher de pulso firme e da singularidade e beleza do relato. A produção literária do sertão de Jequié, de Domingos Ailton, encantou consagrados escritores como Fernando Moraes, Affonso Romano de Sant’Ana, Pedro Bandeira e Frei Beto, que elogiaram o trabalho inédito do romancista baiano.
De Jequié para a Europa
Domingos Ailton recebeu durante o congresso de escritores convite da escritora Jacqueline Aisenman para lançar o romance Anésia Cauaçu e participar de uma feira sobre literatura e jornalismo em Genebra, na Suiça, em abril de 2012.
Mestre em Memória Social e Documento pela Universidade do Rio de Janeiro – UNIRIO, a própria vida do autor o inspira a escrever. Desde criança as histórias do cangaço lhe são contadas pelo pai Antelírio Bispo de Carvalho, que teve um ex-cangaceiro como trabalhador de sua roça na zona rural de Jequié e pela mãe, Helena Ribeiro de Novaes que aos 78 anos tem uma memória viva e narra muitos fatos que inspiram os textos ficcionais do romancista jequieense.
Segundo Domingos, “As cenas do romance Anésia Cauaçu são iniciadas com a tocaia montada por José e Marcelino Cauaçu e o jagunço Macaúbas, para assassinar Zezinho dos Laços. O fato ocorreu na vida real mais ou menos a cem anos, dia 26 de outubro de 1911, na Fazenda Rochedo, região da Volta dos Meiras, que hoje é denominada Catingal e pertence ao município de Manoel Vitorino”.
Domingos Ailton, além de escritor e jornalista, trabalha diuturnamente em projetos de incentivo à leitura e dá aulas em faculdades do Estado da Bahia. Em meio a tantas atividades, encontrou tempo para viajar quase dois mil quilômetros para participar do evento literário e lançar o livro, bem como explanar sobre o Candomblé em Jequié, mostrando a paulistas e pessoas de outros estados o valor histórico da Cidade Sol e das histórias que circulam no imaginário popular do sudoeste baiano.
__
Valdeck Almeida de Jesus é poeta, escritor e jornalista. Membro da Academia de Letras de Jequié, já lançou quinze livros e participa de sessenta antologias de poesia.
Fonte: Site oficial de Domingos Ailton A presença de Dominguinhos, como é mais conhecido, era notada tanto pelas intervenções pertinentes quanto pela exposição de uma figura do semi-árido, personagem principal do novo romance histórico de sua autoria. Anésia Cauaçu ficou conhecida em todo o congresso, pois Domingos a apresentava a todos e a todas. Primeira mulher a liderar um grupo de cangaceiros na região de Jequié, Anésia foi a pioneira dos movimentos feministas na época, pois vestia calças e sentava de frente no cavalo, enquanto as demais mulheres sentavam-se de lado.
O livro foi lançado durante o evento e os exemplares foram esgotados em poucos minutos. Domingos, que se queixava do peso da mala, volta pra Jequié aliviado da bagagem pesada e com outro peso, este, de arrependimento. “Eu devia ter trazido muito mais exemplares, pois qualquer quantidade que viesse seria vendida de imediato”. O fascínio pela história de Anésia se deve ao resgate histórico da vida de uma mulher de pulso firme e da singularidade e beleza do relato. A produção literária do sertão de Jequié, de Domingos Ailton, encantou consagrados escritores como Fernando Moraes, Affonso Romano de Sant’Ana, Pedro Bandeira e Frei Beto, que elogiaram o trabalho inédito do romancista baiano.
De Jequié para a Europa
Domingos Ailton recebeu durante o congresso de escritores convite da escritora Jacqueline Aisenman para lançar o romance Anésia Cauaçu e participar de uma feira sobre literatura e jornalismo em Genebra, na Suiça, em abril de 2012.
Mestre em Memória Social e Documento pela Universidade do Rio de Janeiro – UNIRIO, a própria vida do autor o inspira a escrever. Desde criança as histórias do cangaço lhe são contadas pelo pai Antelírio Bispo de Carvalho, que teve um ex-cangaceiro como trabalhador de sua roça na zona rural de Jequié e pela mãe, Helena Ribeiro de Novaes que aos 78 anos tem uma memória viva e narra muitos fatos que inspiram os textos ficcionais do romancista jequieense.
Segundo Domingos, “As cenas do romance Anésia Cauaçu são iniciadas com a tocaia montada por José e Marcelino Cauaçu e o jagunço Macaúbas, para assassinar Zezinho dos Laços. O fato ocorreu na vida real mais ou menos a cem anos, dia 26 de outubro de 1911, na Fazenda Rochedo, região da Volta dos Meiras, que hoje é denominada Catingal e pertence ao município de Manoel Vitorino”.
Domingos Ailton, além de escritor e jornalista, trabalha diuturnamente em projetos de incentivo à leitura e dá aulas em faculdades do Estado da Bahia. Em meio a tantas atividades, encontrou tempo para viajar quase dois mil quilômetros para participar do evento literário e lançar o livro, bem como explanar sobre o Candomblé em Jequié, mostrando a paulistas e pessoas de outros estados o valor histórico da Cidade Sol e das histórias que circulam no imaginário popular do sudoeste baiano.
__
Valdeck Almeida de Jesus é poeta, escritor e jornalista. Membro da Academia de Letras de Jequié, já lançou quinze livros e participa de sessenta antologias de poesia.