Ano novo, vida nova
Sempre na proximidade da virada do ano os votos de felicidades e os desejos de sucesso e alegria são por todos cantados e para todos espalhados. Talvez ainda em sintonia com o espírito natalino, talvez pela esperança de que um mundo melhor apareça, todos criam a expectativa de que no próximo ano tudo será diferente, tudo será novo, como nova será a vida.
E o ano novo chega e também com ele os desafios cotidianos. Percebe-se rapidamente que aqueles desejos começam a se perder na memória e no tempo. Onde estariam aqueles votos de felicidade? E aquele sorriso que amigos e parentes trocaram, onde foi parar? Estariam perdidos aqueles desejos que pareciam tão sinceros na época natalina e na virada do ano? Ou estariam muito bem guardados em algum lugar dentro do ser humano, esperando a chegada de mais um dezembro, quando todos aqueles sentimentos nobres poderão novamente se manifestar?
Mas por que não reproduzi-los durante todo ano? Por que não desejar aos novos parentes, amigos e todos os demais habitantes muitas felicidades por todo o ano?
Ocorre que os desejos de ano novo, vida nova parecem ficar reservados apenas para a festa de virada, ainda contagiados pelo espírito de fraternidade representado pelo Natal.
E como deveríamos criar um efetivo estado para que esse sentimento perdurasse por todo o ano? O que falta para que os desejos de felicidade e sucesso do ano vindouro sejam realmente alcançados?
Talvez seja aquela já velha afirmativa, porém eternamente verdadeira, de que é necessário dar um passo. Um importante passo para realmente mudarmos nossas vidas. É um passo que dado a qualquer tempo efetivamente nos dá uma nova vida. É um passo que aliás independe de tempo, mas está ligado à coragem. A coragem de sentirmos que algo não está bom e que depende exclusivamente da nossa vontade de mudar.
É na mudança de nossas atitudes e de nossas idéias que residem a verdadeira vida nova. Em respeito àquilo que acreditamos, podemos começar a carregar em nossos corações aqueles sentimentos nobres que dão ao mês de dezembro aquele brilho especial e que brilham no rosto de cada um.
É nesse sentimento vivido neste período que percebemos que há uma esperança de mudarmos, de todos serem atingidos e passarem a viver dessa forma. Todos percebem, ainda que apenas durante este mês que há espaço nos corações para que uma chama brilhe e dê ao ser humano a vontade de viver em harmonia e respeito com os demais. E todos sentem como é bom viver nesse estado.
Podemos sim criar um estado mais harmônico, um planeta mais harmônico. Podemos desde que passemos a fazer do ano um eterno mês de dezembro. Podemos fazer e essa oportunidade está ao nosso alcance, basta mudarmos nossa atitude e para isso basta ter coragem.
Pois bem, chegou mais um fim de ano e as esperanças de um mundo melhor renovam-se com a proximidade de um novo ano. E por que não aproveitamos a chegada do ano novo para a iniciarmos a vida nova?
Piracicaba, 29 de dezembro de 2.003.