Paz

Paz, palavra diminuta que tanto tem fascinado aos homens através dos tempos. Por outro lado, PAZ, palavra de tamanha força e significado que o Homem mal consegue compreender o que de mais nobre e puro ela carrega.

Alguns acreditam que a Paz pode ser imposta, forçada, exigida. Com armas, julgam defendê-la, acreditando que esta pode vir de fora, mesmo estando estes mesmos homens numa guerra interior. Nessa visão, através de guerras, procura-se a paz. Em suas teorias, acreditam que a paz, através da força, levará o ser humano a viver pacificamente, porém ignoram que a tensão provocada por essa força, quando muito criará o temor, a raiva, a discórdia, mas nunca obterá a aclamada paz. Estranha combinação, paz e armas!

Outros, a seu turno, acreditam que a Paz é uma utopia, um sonho distante. Poderíamos até mesmo dizer que a comparam com a imensidão do Universo, longínquo, insensível, frio, pois é esta a visão que possuem do Universo, um lugar totalmente inóspito e insensível. Mal conseguem senti-la, como mal conseguem visualizar esperanças na sua concretização. Que corações fracos e desesperançosos possuem esses seres humanos!

Há aqueles que longe dela estão e mais longe desejam estar, pois, na sua incerteza de saberem quem são, não conseguem reconhecer a força que a Paz carrega e não a desejam encontrar, pois esta é fruto do próprio conhecimento que o Homem tem de si mesmo. E esta certeza é fruto da busca da felicidade em si mesmo.

E como proceder? Como achar a Paz, e conseqüentemente, a felicidade que dela advém?

Ante tal quadro, de escuridão que nos surge, o Homem realmente forte deve começar a entender o mundo que o cerca. Deve passar a ver e a sentir que mais do que ações de ataque, que caracterizam a guerra, o Homem deve procurar uma ação contemplativa, reconhecendo a si mesmo como parte do Todo e sua responsabilidade ante as ações em face desse mesmo Todo.

A Paz torna-se, então, fruto da evolução do Ser Humano, que passa a reconhecer a importância das diferenças e dos diferentes, reconhecendo que a participação deles é fundamental na evolução da Vida, mesmo que a julguemos, inicialmente, equivocada, pois este Homem, compreenderá que todas as experiências, todas as lições e todos os exemplos, são partes integrantes do intrincado processo evolutivo.

Paz, naturalmente, será fruto desse reconhecimento e o Homem não mais precisará impô-la, pois reconhecerá suas verdadeiras virtudes e a transformará em objetivo de Vida.

Que passe, pois, o Homem a respeitar-se nessa busca de auto conhecer-se e não transforme a busca pela Paz, o motivo de guerras.

Piracicaba, 30 de outubro de 2002.

julianopd
Enviado por julianopd em 21/11/2011
Código do texto: T3347640
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