Noite fatídica

Não conseguia acreditar, estava voltando para casa, para minha amada. Sofia, era a mulher mais bela que vi na minha vida, era correta, além de ter os olhos mais lindos e seduzentes do mundo.

Estava lendo uma de suas cartas naquela noite fatídica, muitos homens morreram naquela noite. Lembro-me como se fosse ontem.

-Miguel!-Meu amigo bradava por mim.-Ajude-nos! Uma tempestade começou, o deus do mar está bravo conosco!

Corri para ver o que estava acontecendo. Abri a porta para o convés e fui recebido por um "jato" de água salgada.

As ondas batiam com raiva no barco, as velas ameaçavam rasgar. Não podia acheditar, não reencontraria Sofia, não voltaria para casa. Morreria ali, perdido no mar, nem meu corpo voltaria para casa. Fui condenado a vida marítima para sempre.

Não sabia distiguir a água do mar das minhas lágrimas. Não suportava a ideia de perder Sofia. Queria ter filhos, construir uma família, eu não podia morrer ali. E não iria!

Procurei desesperadamente por uma corda. Quando a achei sai correndo e me amarei no mastro. Vários outros homens fizeram o mesmo. Se fosse para ser, seria.

Abri os olhos, estava debaixo d'água. Minha morte era certa. Sonha com Sofia, sentia seu toque, quase podia ouvi-la me chamar. "Miguel, acorda meu amor" ela dizia com sua voz melodiosa. Ah! Sofia...

Fechei os olhos, não queria pensar em Sofia, não queria deixa-la.

-Miguel, acorda meu amor...- Ouvia uma voz me chamando.-Vamos amor, você precisa ir trabalhar.

Fiquei confuso. Estava morto, como poderia ir trabalhar?

Hesitei, mas abri os olhos. Vi meu quarto e o rosto de Sofia.

Desabei. Lagrimas rolaram pelo meu rosto.

-O que foi amor?Porque tanta tristeza?-Sofia perguntou aflita.

-Achei que estava morto!

-Morto!? Porque achou isso?

-Eu estva no mar e o barco virou...

-Amor-Ela me interrompeu.-Você não vai ao mar faz dois meses. Foi um sonho.

Ela beijou minha fronte.

Foi apenas um sonho, não pudia acreditar. Não perdi Sofia, não morri. Apenas um sonho...

Amém.

Isabela Carvalho
Enviado por Isabela Carvalho em 26/10/2011
Reeditado em 27/10/2011
Código do texto: T3298997
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