Liberdade e democracia
Tema: O voto no Brasil deve ser obrigatório?
A necessidade política nos acompanha desde tempos imemoriais, quando ainda nômades recorríamos a autoridades que nos guiavam, passando pela descoberta da agricultura, quando nos fixamos nas primeiras aldeias, e alcançando amplo desenvolvimento nos milênios seguintes, em reinos, impérios e repúblicas.
Ainda hoje, porém, é objeto de discussão a questão da legitimidade da vontade que nos governa, uma vontade que emerge do cidadão e constitui, então, um governo democrático. Contudo, nessa equação fica evidente também a necessidade da legitimidade do próprio eleitor, que deve ser livre em sua contribuição política, assegurando assim sua responsabilidade no voto — exigência de uma boa democracia.
Poderíamos, pois, perguntarmo-nos: Até que ponto é democraticamente válido um voto imposto? Mas também: Não seria arriscado um governo a representar apenas a vontade de uns poucos livres eleitores? Todavia tal empasse cai por terra a medida em que começássemos a considerar o engajamento midiático e educacional no estímulo cívico do voto, já não obrigatório.
Mídia e educação, num cenário de voto livre, teriam então fundamental papel democrático a medida que, conscientizando acerca da importância do voto, serviriam de agentes legitimadores do eleitorado, então mais responsável.
Portanto, fica claramente perceptível que, num Estado democrático, o eleitor não deve ser apenas mais um número de voto exigido, mas uma vontade estimulada e consciente de participação eleitoral.