Um gole ou dois
Um copo, qualquer copo, só quero usá-lo para segura o liquido. Abrir a garrafa nem sempre é uma tarefa fácil, a rolha pode emperrar, mas a recompensa vem logo em seguida, no cheiro, o aroma que invade o corpo e já uma pequena previa do que esta por vir. Viro a garrafa e vejo o liquido caindo e tomando a forma daquele copo simples, o cheiro ainda é mais forte agora.
Pra onde esse vinho vai me levar? Alguns goles são suficientes para começar essa viagem rumo ao lugar nenhum. Depende do dia, hoje o vinho tem cara de fim de tarde em um sitio, observando o por do sol no horizonte e reclinado em uma cadeira, até mesmo uns animais correm pelo campo, um sinônimo de vida pacata e tranqüila. Mas já tive vinhos pesados, que me levaram a shows de musica, a grandes festas embaladas por som alto.
Não importa, o importante é saber que cada gole é único, cada gota que desce pela garganta é um passaporte para lugares diferentes, me pergunto se essa é a mágica do vinho o qualquer bebida pode fazer isso, acho que sim, bebemos e nossa essência tende a se aproximar mais do ser humano racional, gostaria de conseguir se mais eu mesmo sem o auxilio do liquido, não posso negar que o vinho me deixa feliz e satisfeito, mas não posso esquecer que, como tudo na vida, exagero faz mal.
Há um passeio que constantemente se repete, o do amor, onde ela já esta comigo e, juntos, vivemos uma bela historia, ouvimos as mesmas musicas e seus gestos são suaves. É só mais um sonho acordado e embalado pelo álcool, sonho de bêbado, nem todo vinho do mundo faria a perfeição que vejo quando fecho os olhos, é necessário diferenciar todas essas utopias da realidade cruel. Quando o copo acabar, vai ser só lembrança, vai ser só vinho... mas enquanto não acaba, talvez, só mais um gole ou dois