NOSSAS CRIANÇAS PEDEM SOCORRO

Nesta semana eu recordei uma noticia que chocou o Brasil. Criança de 10 anos atira em professora e se mata logo em seguida. Essa tragédia aconteceu bem próxima a minha casa, e mais uma vez, eu fiquei sem encontrar palavras que pudessem explicar tal situação. Eu recordei os meus dez anos de idade... Quanta diferença meu Deus! Voltava da escola de mãos dadas com meu pai e pelo caminho ia contando com alegria tudo o que tinha feito durante aquela tarde. Que saudade! Junto com minha irmã em cima de um papelão escorregava num monte de terra, agradecida pelo trator que alisava o terreno para a construção do um novo grupo escolar. Quanta expectativa ao chegar o dia dos professores... Queria levar o presente da minha professora e contemplar o belo sorriso no rosto dela. Tínhamos verdadeiro respeito por aqueles que julgávamos serem os nossos mestres. Bem, às vezes pisávamos na bola, mas nada que não pudesse ser controlado com algumas palmadas e uma hora de castigo. Televisão? Só um pouquinho depois do jantar. Jogos? Só os quebra cabeça que eram fabricados pela Estrela e dados natal, presente da Volkswagen para os filhos dos funcionários... Para as meninas, lindas bonecas! Tenho uma no meu quarto de hospedes. Ah... Torcíamos muito pela vitória do Brasil na copa do México no ano de 1970, e ao som dos Incríveis cantando “Eu Te Amo Meu Brasil” fizemos a maior festa. Não crescíamos tendo contato com armas, nem mesmo as de brinquedos. Nada de videogames com apologia a violência e ao crime. Brincávamos horas seguidas de escravos de Jó com suculentas batatas, que no dia seguinte iam direto para a panela. Todos os que eu conheci de minha geração são pessoas de bem, dentro de suas limitações vivem a vida com alegria e responsabilidade, venceram adversidades e lutas, alcançaram vitórias e superaram as perdas. Puderam ver seus netos e assistirem a formatura de seus filhos. O melhor de tudo isso? Ainda estão vivos para contar e relembrar suas boas lembranças.

O que está havendo com nossas crianças de hoje? Morrem cada dia mais cedo! Cadê o afago do colo materno e a mão forte dos pais ensinando a hora de ir e de parar; a mão que estende o cobertor e contam as estorinhas quando vão dormir? A falta de tempo, a briga por espaço, a necessidade de adquirir bens materiais tem formado pais ausentes e sem afeto... O diabo sabe que o fim está próximo e luta para trocar os valores da sociedade. Está destruindo as famílias, colocando confusão e loucura na mente das pessoas. Nessa indústria humana, crianças são forjadas na frieza dos relacionamentos, cujos corações e as mentes são cauterizados pelo mal. Estão sendo criados robôs vestidos de carne humana.

O que leva uma criança a fazer tamanha loucura? Seria ela a responsável por seus desvarios? Não! Eu acredito que não! 10 anos não é idade para estar carregado de responsabilidades por si mesmo. Por isso Deus instituiu a família, criou pai e mãe, deu a esses a missão de mentores sanguíneos e espirituais. 10 anos é idade para estar no carrinho de rolimã, na bicicleta correndo pelo parque. No campinho de futebol com os amigos e na escola dominical da igreja, aprendendo os princípios norteadores que guiam o caráter de um homem e de uma mulher. Não é para estar planejando a morte do dia seguinte. “A Bíblia nos diz para ensinarmos a criança o caminho que deve andar...” Mas o que vejo ultimamente são pais que fazem da tevê uma babá, dos videogames a distração e o lazer; do computador uma base para relacionamentos; da escola, a responsável pelo cidadão. Culpa-se o estado, os governantes, os pastores e sei lá mais quem... Grande síndrome adâmica. Foi-se o tempo quando filho era a continuação de uma família, o crescimento e o futuro de uma sociedade. Hoje, são sobras de relacionamentos efêmeros; do ficar depois das baladas; da inconsequência de um lar desestruturado e vazio. De uma casa sem Deus, sem amor e sem compromisso.

O caso dessa semana não é um fato isolado, não é uma raridade. É uma realidade que fazemos questão de não encarar, mas, diante de Deus teremos que prestar conta, não só pelos nossos, mas por todos os pequeninos que estiveram ao nosso alcance e que deixamos de estender as mãos. “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus." Marcos 10; 14. Este versículo diz alguma coisa para você?

Que Deus nos faça enxergar a excelência da amizade; a excelência da gratidão; a excelência da responsabilidade; a excelência da humildade, a excelência da honestidade; a excelência do discernimento espiritual. Tudo isso, está muito além do nosso nariz. Que possamos transmitir a nossos filhos, e outros mais, as virtudes que não são compradas, e sim, ensinadas e doadas com amor.

No Amor de Cristo

Morumy klein
Enviado por Morumy klein em 25/09/2011
Reeditado em 02/02/2013
Código do texto: T3240614
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