ENTRE RISCOS E DECISÕES - SEXUALIDADE PRECOCE
A sexualidade é um tema que tem ganhado destaque na sociedade atual, principalmente através de meios de comunicação que despertam o interesse exclusivamente dos jovens. A ela estão associadas marcas do desenvolvimento do corpo que a constituem enquanto fenômeno social.
A primeira relação sexual surge na vida do adolescente como uma necessidade biológica e até mesmo através do status que o sexo irá proporcionar diante o círculo de amigos em que se está inserido. Entretanto, envolver-se com alguém somente para satisfazer a esses aspectos, é esquecer os grandes riscos que giram em torno do cotidiano dos parceiros.
É inegável que a cada dia, os jovens têm iniciado sua vida sexual precocemente. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde o percentual de adolescentes que tem a primeira relação aos 15 anos, saltou de 11% para 32%.
Todavia, a maioria dos jovens dessa idade não irá lidar com a sexualidade de maneira responsável, pois não estão preparados mentalmente e não possuem estabilidade financeira, caso haja uma gravidez indesejada. Dessa forma a dependência em relação aos pais, será muito maior. Existem adolescentes que decidem parar de estudar e para dedicar-se exclusivamente à criança. Mas, em muitos casos para se livrarem dos problemas de maternidade precoce, muitas adolescentes cometem aborto.
Um relatório produzido pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) contém dados surpreendentes sobre o perfil das jovens que abortam no país: entre 60% e 83,7% não pretendiam engravidar; 73% cogitaram a interrupção da gestação, sendo que 12,7% a 40% das garotas tentaram cometer aborto. Por isso é de extrema importância que os jovens saibam destes problemas e que as jovens optem por escolher uma gravidez futura com mais responsabilidade, preparo psicológico e maturidade onde possam dar uma formação mais saudável à criança.
Além disso, as doenças sexualmente transmissíveis são prevalentes na adolescência e facilitadoras da contaminação pelo HIV. A baixa idade das primeiras relações sexuais, a variabilidade de parceiros, o não uso de preservativo e o uso de drogas ilícitas são apontados como fatores de risco às mesmas. É importante alertar para o uso do preservativo, que previne não só a gravidez indesejada, como também as DST’s. Entretanto, de nada adianta oferecer aos jovens soluções prontas, pois os mesmos devem tomar consciência diante os problemas da sexualidade precoce.
Logo, grande parte desses problemas surgiram pela extrema liberdade ocasionada pela falta de limites. É imprescindível que os pais estejam atentos e forneçam uma educação sexual adequada aos filhos. Que a formação familiar sirva de âncora para que possam tomar decisões responsáveis em suas vidas e quando estiverem mais preparados, desfrutem dessa importante fase da vida humana onde deve ser priorizada não só a segurança e o consentimento, mas, sobretudo, a predisposição de usufruir a afetividade com alguém especial.