Felicidade roubada.
Está vendo aquela menina ali? Aquela lá no canto da sala, que rabisca sem compromisso um pedaço de papel e que está aparentemente indiferente aos demais. Aquela menina calada, que permanece sozinha a maior parte do seu tempo, que deixa o cabelo tampar-lhe o rosto para que os outros não a vejam. É, ela mesma. Ela não está bem, sabia? Ela chora todas as noites ao deitar-se e chora mais ainda ao acordar. Ela vai ao banheiro e não tem coragem de olhar para o espelho, porque ela tem medo de que ele o julgue, assim como todos fazem ao seu redor. Talvez você não se importe com a felicidade dela, talvez você nem tenha notado que ela sempre carrega consigo um olhar triste e um pulso marcado. Mas você deveria. Por que o motivo de sua infelicidade é você. Seus estúpidos comentários sobre ela. Pensou que não a afetavam? Pensou que ela era de ferro e que não iria sentir o peso das amargas contra ela? Está enganado. Ela ouviu tudo, ela sempre ouve. Mas ela guarda para si. O melhor que ela é capaz de fazer é segurar as lágrimas e esboçar um sorriso cínico em seu rosto. Essa menina aparentemente feliz, sem problemas ou preocupações tem um segredo sombrio: ela não queria estar viva.