Antropofagia paulistana

Ao andar pelas ruas e avenidas dessa ativa cidade, deparamo-nos com os diferentes sons, cores e sabores aguçados por nossos sentidos. São Paulo é porto de cultura internacional desde os tempos mais remotos, a cada mero bairro passa-se a ilusão de um novo país, continente distante, lugar diferente e uma França charmosa.

Nossa antropofagia não foi extinta com a Belle époque brasileira, na qual abrimos nossos olhos ao Romantismo, Impressionismo, Simbolismo, Pontilhismo e Art Nouveau. Essas cruzaram o Atlântico e chegaram ao Brasil pelas artes de plenos gênios culturais, hoje, permanecem na historia do Modernismo brasileiro, de espírito tão presente na cidade.

No entanto, nas bibliotecas de São Paulo é possível observar inúmeros amantes literários de Zola, Baudelaire, Balzac e Rimbaud, tanto como é comum notar operetas e balés franceses no cotidiano de jovens e adultos. Todavia, nas periferias observamos a defasagem cultural, não se entende o porquê da desigualdade, talvez Rousseau nos explique melhor isso.

De certo, sempre estamos a absorver cultura estrangeira para construir a nossa, originalmente brasileira, portanto continua-se aderir às preciosidades de uma frança libertária para com isso renascer não só uma cidade, mas um Brasil, de ricas artes, fraternidades e igualdades onde todos possam disso, desfrutar.

Dedico esse texto à minha bela e desigual cidade, São Paulo.