Cala a boca

Já reparou como a expressão "cala a boca" tomou conto do nosso dia-a-dia?

É. Pois está mais presente do que você imagina.

E se você julga estar fora desta cogitação, você está alimentando uma mentira.

Isso mesmo. Está mais comum que sorrir.

Pois venho adverti-lo caro amigo, todos temos direito de mandarmos as pessoas se calarem assim como todos temos como extinto em certas ocasiões se calar.

Mas vamos ser sinceros, qual a utilidade do seu "cala a boca"?

Quantas vezes você mandou alguém calar a boca e essa pessoa realmente calou?

Eu nem estou mencionando o "cala a boca" convencional, aquele amigável que você libera quando um amigo dá um fora perdoável.

Existem palavras e orações que está na nossa vida para criar um certo volume confortante.

A verdade é que quando estamos envolvidos por vozes nossa mente compreende que não há espaço para ameaças, por essa razão pessoas que tem certo receio do mundo e das relações se protegem falando.

Isso não se trata de medo mas sim de uma maneira de se mostrar presente.

De ocupar de maneira representativa seu espaço na sociedade, funciona mais ou menos como quando você está sozinho na sua casa, você pode ter reações de dois pólos extremos se sentir-se ameaçado: Você liga a tv, ou escuta uma música para disfarçar o fato de estar sozinho e principalmente para não escutar ruídos que poderão alimentar sua mente. Ou você se mantém em silencio absoluto para estar atento a exatamente tudo, e qualquer som natural ou sintético é facilmente identificado.

Existem pessoas e pessoas.

O "cala a boca " é decorrente da primeira opção de pessoas, mas atualmente adotado por toda a humanidade como uma falsa interjeição.

Essa falsa interjeição é um mecanismo de defesa contra ataques de outrem, para se impor e intimidar, ou para para evitar o silencio amedrontador existente entre o dono da oração e um ataque pessoal.

Em geral se criam defesas e argumentos. Quando essa construção falha nossa medida provisória é qualquer coisa que possa quebrar o " quem cala consente ".

Assim como, um pouco mais construtiva, a ironia, que em alguns casos permanecem somente até a criação de um argumento ou até o individuo julgar desimportante a defesa e permanecer no seu leito satírico.

Paula de Andrade
Enviado por Paula de Andrade em 02/07/2011
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