Valeu a experiencia,mas não foi facil!

Em dezembro de 2010, viajei para a Europa. Estava realizando um sonho.

Porem nunca pensei que fosse passar por tais constrangimentos.

Embarcamos no aeroporto de Cumbica em São Paulo, com destino a Lisboa, eu minha filha , minha neta e uma amiga. Fazíamos parte de uma excursão. Lá teríamos que tomar outro avião ate Paris.Depois de toda burocracia , documentos, etc., ao transpor uma das portas, uma agente portuguesa, enorme, parecendo um sargentão, gritou: parem essa senhora e a outra também!

Eu tenho 82 anos e minha amiga também é idosa. Fique paralisada, isso jamais me aconteceu. Ela veio até nós e com toda "delicadeza" começou a gritar: Abra os braços,

Abra as pernas, vira pra frente, vira pra traz e ia passando um aparelho em todo meu corpo. Eu estava perplexa mas mantive a calma. Olhando fixamente para mim disse, sempre em voz alta: tira isso que tens na barriga. Entendi que era aquela peça que se leva na cintura com os valores em viagens, rapidamente levantei casaco, blusa e tudo mais, puxei a peça mostrando a ela e a toda galera em volta, mas não satisfeita ela vociferou tira... tira...! Mais que depressa

puxo o elástico para baixo e a satisfaço (minha filha e neta que aguardavam mais adiante se apavoraram achando que eu ia tirar a calça). Entreguei o que pediu. Um outro agente se aproximou com uma bandeja perguntando se era para contar; respondeu que não, só passar pela esteira. Comecei a me recompor. Era a vez de minha amiga: com ela foi pior. Ela queria falar, explicar não sabia o que, mito atrapalhada, e a sargentona gritava sem querer ouvir nada. Até que muito rapidamente chegaram a um acordo.

Tudo bem, passou.

Seguimos viagem ate Paris.

Tudo ok.

Passamos uns dias lá e seguimos de ônibus por outras cidades da França ate Madrid, e de lá para Lisboa novamente. Foi tudo bem, adorei a viagem, vi a neve, muito, muito frio. Tudo pronto para a volta. Comentávamos o acontecido prometendo ter o máximo cuidado ao passarmos por aquelas portas traiçoeiras; ríamos, comentando o vexame. Graças a Deus era passado. Agora não mais aconteceria.

Mas... Aconteceu...

Ao transpormos a tal porta, lá vêm outros agentes. Uma delas, agora bem mais normal que a outra, porém com a mesma frase: Parem essa duas senhoras. Paramos agora mais seguras, já tínhamos alguma experiência. A mesma frase: abra os braços, as pernas, vira pra frente, pra traz e o aparelho trabalhando. Já não tínhamos nada na barriga. Satisfeitos, nos liberaram.

Ok. Fomos para a esteira. Em nossa frente um senhor, também idoso, tendo que tirar os agasalhos, o sapato revistado, os bolsos e tirado a cinta as calças quase caindo.

Era a vez de minha amiga, o casaco, a blusa de lã e as botas que ela não conseguiu tirar tendo que ter a ajuda do agente. Minha vez agora era um agente muito atencioso pediu que eu tirasse o casaco porém explicou que, por ele, não precisava, mas era obrigação. Agradeci a gentileza e finalmente lá fui eu, respirando livremente, não vendo a hora de chegar ao meu querido Brasil!