Em nome do Pai - primeira parte

Se todas as coisas foram criadas por um ser supremo e único, seriam todas elas diferentes, provindas de uma mesma fonte? Em nome do pai todo o universo foi feito, e o que há nele assim se fez. Ao mesmo tempo em que são diferentes, as coisas também são iguais. O que diferencia uma e outra coisa é apenas o grau de evolução ou a maneira pela qual foi projetada. Dou-lhe exemplos: os três estados físicos da água: sólido, líquido e gasoso; as três condições do carbono: pedra bruta, grafite e diamante; as três dimensões do homem: a matéria, a mente e o espírito; as três essências de Deus: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Percebemos nestes exemplos acima que muito do que existe está particionado em três, ou pode estar em um dos três estados ou condições; pode também funcionar a tríade em conjunto: é o caso do exemplo do homem e de Deus. De todas as coisas criadas é o homem e Deus os mais próximos em essência e funcionamento.

Daqui em diante podemos comparar, exceto Deus, todas as outras situações descritas, por semelhança de estado, e depois poder-se-á comparar as coisas que são parecidas por particularidade de funcionamento.

Do carbono, da água e do homem podemos concluir um estado bruto, um estado mediano e um estado mais sutil: do carbono, a pedra bruta; da água, o gelo; do homem, o corpo. O estado bruto pressupõe uma grosseria do estado em que tal coisa ou matéria está condicionado. Dos três objetos apenas o primeiro pouco serve; dos três apenas o gelo pode ser produzido artificialmente por qualquer pessoa, sem prejuízos; o primeiro já vem pela natureza e o terceiro poucos o sabem fazer.

Dos três objetos, o primeiro só interessa porque contém em si a essência para formar objetos de maior valor e utilidade. Assim é que sua serventia não está em si mesmo, mas no que pode produzir: o grafite e o diamante. O segundo sempre interessa em si mesmo, mas pode mudar de estado facilmente, se assim aprouver a quem o contém (do gelo para a água líquida e a gasosa); o terceiro pode ser melhorado gradativamente, no dia-a-dia, o qual não interessa mudança de estado, mas trabalho em conjunto( o corpo, a mente, o espírito).

São assim semelhantes os três objetos pelos três estados aos quais podem estar condicionados, sendo comparados um a um em semelhança com os seus três possíveis estados, em ordem se sutileza ou serventia; se a pedra bruta do carbono pouco serve, a grafite, estado mediano, porque não é bruta, mas frágil, serve muito mais, e com ela escrevemos no papel, e não interessa que mude de estado, porque é melhor trabalhável do que a caneta tinteiro. Da água em estado líquido, mais sutil e servente do que a pedra, porque é solvente universal e muito serve a todas as coisas, embora não se misture com tudo, mas em praticamente tudo está presente; a mente coordena a realidade para o corpo e o espírito, servindo como mediador entre este e aquela. Pode ser comparada em sutileza pela água e pelo grafite, mas em fragilidade por este último. Daqui não refletirei maiores explicações, por ser assunto que concorre aos médicos e estudiosos da mente.

Concorre à mesma medida os três últimos estados de cada um dos três objetos comparados, em sutileza: o gás (água em estado gasoso), o diamante e o espírito; o primeiro, que movimenta o ciclo da água, porque a trás novamente limpa; o segundo, em raridade e beleza, sendo a mais dura pedra existente já lapidada pelo homem; o terceiro, pelas faculdades que contém, e o especial fato da comunicabilidade com a divindade. Dos três, estão mais próximos em sutileza a água e o espírito; em matéria, a pedra e o gás; em necessidade, o espírito e o gás.

Cumprindo essas afirmativas, talvez incertas, chego ao objetivo máximo deste trabalho: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não pode ser comparado a qualquer das coisas exceto pelo homem, num único sentido de que as três essências de cada um deles podem funcionar ao mesmo tempo juntas e independentes, com a ressalva de que, para o homem, essa independência não pode ser total, sem o qual não pode ele mesmo continuar a ser um homem, no sentido em que conhecemos, mas que pode ele mesmo sobreviver na ausência temporária de algum destes elementos, e sob certas condições controladas.

Partindo pelo mais compreensível, o homem, nas três partes constituídas, a matéria bruta, a mente mediadora e o espírito que é mais sutil, afirmo, sem pretensão de autoridade que, em estado de coma apenas a matéria participa do processo ativo e visível, onde a mente e o espírito não estão conscientes para os observadores comuns. Faço aqui uma ressalva para o aspecto religioso, que acredita na atividade espiritual, mesmo nesse estado. Aqui é matéria para o próximo capítulo, se houver condições para isso. Em estado de sono o corpo descansa, enquanto a mente organiza as ideias e fatos ocorridos no dia-a-dia. Com a morte do corpo não há mais atividade visível entre corpo e mente. Da parte de Deus e do espírito, e ainda sobre a mente, pelo lado mais espiritual, será tratado na segunda parte deste trabalho, por ser matéria digna de maior labor e respeito. Se por hora tratei desses fatos de maneira superficial, foi para um estado preparatório, para só então discutir sobre o que levou-me a fazer este texto, o estudo sobre a essência trina de Deus, e a justificativa do título: em nome do Pai. Até a próxima. Logo postarei a segunda parte do texto.

damiaoaraujo
Enviado por damiaoaraujo em 27/06/2011
Código do texto: T3059741
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