Historieta: Os traídos... (Cap. X)
Clara saiu daquele encontro pensativa, mas achava que Ana não devia amar tanto o marido como ela amava o seu.
Mas uma última fala de Ana a perturbava. Ana havia dito que “Se a pessoa se sente culpada por algo, em algum momento da vida Deus dará a oportunidade da pessoa reparar apagando assim aquela culpa, aquela dor!”
Ela se sentia culpada pelas fotos e filme que fez, por ter forçado aquela mulher a ir embora da cidade, de seu apartamento e de seu emprego, pensava então como vivia aquela mulher nos dias atuais, que dificuldades enfrentava,... pensava assim quando estacionou na garagem de sua casa.
Assim que entrou viu Cláudio ansioso andando de um lado para o outro.
_ O que houve? Perguntou Clara.
_ Feche a porta, precisamos conversar.
_ O que foi?
_ Hoje ao chegar na empresa encontrei Joana e junto dela um menino de 1 ano e pouco, pediu para falar comigo e veio me dizer que o menino era meu filho, mas assim que eu contei que isso não era possível desabou em choro, tive dó e lhe dei um dinheiro, você acha que fiz bem?
_ Sim! Mas acho que preciso conversar com alguém.
_ Você sabe que eu não tenho nada com ela, não sabe?
_ Sei, mas acho que preciso ajudar essa mulher pra finalmente me libertar dessa dor que sinto!
Clara foi até Ana e contou-lhe tudo pedindo que a ajudasse.
_ Há muito tempo li em algum lugar o seguinte: “O bom não persegue o mau, ajuda-o a melhorar-se!” Então eu te pergunto o que queres fazer?
_ Quero saber como ela está e o que ela precisa? Mas não posso ir até ela.
_ Entendi! Você quer que eu descubra para você?
_ Sim! E que me ajude a ajudá-la, entendeu?
_ Sim!
De posse do nome e do antigo endereço, Ana foi até o apartamento de Joana, onde a encontrou vendendo os móveis que possuía lá.
_ No que está interessada? Perguntou Joana.
_ Em nada na verdade, eu estou procurando Joana, uma analista de sistemas?
_ Sou eu! Por quê?
_ Uma amiga me disse que você estava precisando de um emprego, mas acho que ela se enganou, pois você está vendendo tudo, você vai embora?
Mas antes que Joana pudesse responder ou questionar alguma coisa, um menino que engatilhava pela sala chamou a atenção de Ana que se abaixou e o pegou no colo e para o espanto da mãe a criança sorria feliz com as palavras que Ana lhe dirigia.
_ Ele não vai no colo de estranhos! Disse Joana.
_ Mas ele sabe quem é bom! Diga pra ela que eu sou boa, bebê! Qual o nome dele?
_ André...
_ Lindo nome você tem!
_ Você disse que tinha um emprego para me oferecer, não disse?
_ Sim! Eu preciso de uma analista, você está interessada? A minha empresa tem creche, atualmente temos apenas 9 crianças na creche, se aceitar ele será a décima criança, o que acha? Ana falava assim movida muito mais pelo coração do que pelas possibilidades reais de se contratar uma nova funcionária.
_ Diga-me onde eu devo ir e eu verei tudo?
_ Certo! Amanhã compareça neste endereço. E entregou-lhe um cartão.
_ A que horas?
_ Às nove da manhã! Certo?
_ Nos encontraremos lá! Disse Joana sorrindo e pegando André de volta dos braços de Ana.
Continua...