Historieta: Os traídos... (Cap. VII)

Joana sumiu da vida de Cláudio e também da cidade, conseguiu uma remoção para a matriz em SP.

Cláudio se sentiu aliviado e prometeu a si mesmo jamais cair em outra armadilha dessas.

Clara ficou doente, não conseguia se restabelecer, tinha crises nervosas, chorava compulsivamente, estava em desarmonia total.

Até que um dia, Cláudio estava sozinho com ela em casa e ela entrou em crise e ele então lhe perguntou abraçando em desespero o porquê de tudo aquilo.

_ Eu cometi um crime!!! Gritou Clara.

_ O que você fez?

_ Eu seqüestrei e fotografei sua amante e...

_ Você a matou?

_ Não! Eu disse pra ela que se ela não te largasse eu colocaria tudo na rede, mas não adiantou porque todas as vezes que você sai, demora, eu acho que você está com outra... E começou a chorar.

_ Eu só tive essa mulher, mas quando te vi lá na varanda da casa da sua mãe quase morri de tanto arrependimento...

_ Mas você foi vê-la assim que chegamos?

_ Eu fui terminar tudo! Eu te amo!

_ Eu achei que estava triste porque não queria estar ao meu lado...

_ Isso nunca! Me perdoa! Me perdoa! Vamos tentar de novo!Por favor! Implorava Cláudio.

Clara só sacudia a cabeça, ajoelhados no chão os dois se abraçavam e se beijavam.

No dia seguinte, em pleno domingo eles chamaram um delegado para comparecer a sua residência no que foram prontamente atendidos.

Assim que o delegado chegou Clara narrou-lhe todos os fatos do crime que a atormentava, então o delegado lhe perguntou:

_ A senhora pagou pelas posses?

_ Sim! Dei a ela 10 mil.

_ Ela lhe fez um recibo?

_ Sim!

_ A senhora guardou as fotos e o recibo?

_ Só o recibo!

_ O que fez com as fotos e o filme?

_ Queimei, pois tive medo dela não ir embora e eu fazer o que havia prometido.

_ Prostituição não é crime em nosso país, para mim fica claro que se tratou do trabalho de uma prostituta e uma vez que ela não deu queixa da senhora, não há do que acusa-la e mesmo que ela a acusasse de alguma coisa a senhora ainda poderia alegar que pagou para vê-la despida a fim de entender o que o seu esposo viu nela.

_ Mas não foi esse o móvel de minha ação...

_ Para esse problema consciencial eu recomendo um bom psicólogo, a senhora fez o que achou certo, a mulher podia ter enfrentado a senhora ter buscado justiça, mas acredito que a consciência dela também deve tê-la acusado de receber o que merecia, não acha?

_ Obrigado por ter atendido ao meu pedido de pronto. Disse Cláudio.

_ Vou lhe dar um conselho de amigo! Cuide de sua família e viva para eles, fazendo os felizes, o senhor não tem idéia da situação em que se meteu, se eu fosse um juiz e tivesse que punir alguém, puniria você!

E virando-se pergunta a Clara:

_ Onde posso localizar essa moça?

_ Em SP, ela trabalha na mesma empresa que trabalhava aqui, eu consegui com um amigo que o pedido de transferência dela fosse aceito rapidamente. O senhor pode checar...

_ Farei isso, mas no que diz respeito ao teu crime, saiba que ele só é punido nos dias de hoje, pela sua própria consciência.

E se despedindo, saiu pensativo, imaginando quantas tragédias acontece envolvendo boas pessoas por invigilância e prevaricação.

Depois de uns dias todas as informações de que a moça estava viva e trabalhando pela mesma firma foram confirmadas.

Continua...