Homossexualidade: reflexo cultural

Alexandre Magno. Platão. Laio, da mitologia grega. Todos eles foram de suma importância para a história, e homossexuais. A forma como a sociedade analisa a homossexualidade é um reflexo de sua cultura. Em países como Dinamarca e Suécia já existem leis que institucionalizam o casamento entre homossexuais. No Brasil, o tema é polêmico e divide opiniões.

No Estado Moderno, a sociedade era extremamente arraigada à visão teocêntrica de mundo. A Igreja Católica defende a teoria fixista, em que Deus criou o mundo e, a partir daí, tudo permanece do mesmo modo. Segundo ela, o homem foi anatomicamente criado para se relacionar com a mulher, e o desvio dessa conduta implica na negação das leis naturais, e, dessa forma, na desobediência ao Criador. Entretanto, as críticas de Lutero às ideias pregadas pelo catolicismo foram importantes para distanciar os indivíduos de tais concepções criacionistas. Nesse contexto, os homossexuais, antes oprimidos e auto considerados como inferiores, encorajaram-se a lutar por direitos iguais.

Ainda que o preconceito tenha reduzido no Brasil, grande parte dos brasileiros ainda é contra o casamento homoafetivo, sobretudo no tocante à adoção de filhos, por achar que as crianças não terão sólida base familiar para um desenvolvimento saudável. A própria Constituição, todavia, defende o direito à igualdade e à liberdade de escolha. Portanto, esse estereótipo é certamente preconceituoso e equivocado.

Hoje, os homossexuais convivem com uma mesma realidade: o preconceito. São, com isso, o que Marx denominaria de “classe em si”. Não obstante, é necessário que sejam uma “classe para si”, que lute pelos seus direitos, do mesmo modo que os operários, durante a Revolução Industrial, criaram os sindicatos. E, felizmente, o Grupo Gay da Bahia já é um nítido exemplo dessa mobilização.

Vivemos em um país que, além de democrático, é caracterizado pela diversidade cultural. Dessa forma, precisamos conviver com as diferenças estereotipadas, na medida em que substancialmente somos todos iguais.

Talissa Auad
Enviado por Talissa Auad em 29/05/2011
Reeditado em 29/05/2011
Código do texto: T3001391
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