AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

Para entendermos sobre a aquisição da linguagem, não poderíamos fugir de um processo histórico-educacional. O que o texto “SCARPA, Ester Mirian. Aquisição da linguagem. In: MUSSALIM,Fernanda”, traz é um exemplo da época egípcia, acerca da privação interativa, que o intuito dessa observação seria perceber as manifestações lingüísticas de duas crianças ao serem exauridas do convívio dos seres humanos. Pois acreditavam que nós, seres falantes, adquirimos a fala com a interatividade social. E a partir dessa prerrogativa eis que surgem algumas teorias com relação à aquisição da linguagem, quais sejam:

1 – AMBIENTALISTA: surge com o behaviorismo (comportamentalismo ou comportamentismo) essa abordagem é decorrente da exposição do indivíduo a um determinado meio, e este por sua vez, influenciará nos meios comportamentais do indivíduo exposto, numa ação de estímulo (S) e resposta (R). O precursor dessa abordagem foi Skinner e era constituída por fatores que vinham de fora para dentro.

2 – INATISTA: essa abordagem consiste numa dedução onde Chomsky afirma que a aquisição da linguagem era proveniente de fatores genéticos; costumava dizer que na mente do indivíduo havia um dispositivo e que a partir de um “período crítico” a criança desenvolvia a capacidade de aprender com maior facilidade outras línguas, não só a materna. Chomsky com o inatismo afirma que quando a criança começa a pronunciar as primeiras falas, não se pode estar estimulando-a com palavras incompletas, configurando assim uma “pobreza de estímulo”, pois possibilitaria erro na fala de um adulto com problemas de comunicação.

Afirma também que a linguagem utilizada proveniente dessa abordagem sofreria o que chamamos de “Teoria de Princípios e Parâmetros” e a partir daí é que afirmamos, a luz do inatismo, que o estágio inicial da linguagem com concepção inatista seria uma Gramática Universal, justamente por atender a certas normas que a gramática normativa intitula como proveniente de uma norma culta aceita nos grupos sociais letrados.

3 – Quando pressupomos que as teorias findavam-se nos conceitos existentes, eis que Piaget surge com um processo que mescla faixa etária, desenvolvimento intelectual e objeto, ou seja, a linguagem da criança se dá de forma gradual e numa superação sensório-motor em meio a um significante e significado. Outro ponto observado na construção da abordagem piagetiana, é a representação de um sinal (objeto) por outro constituindo assim a arbitrariedade do símbolo.

Contradizendo o inatismo que é aquisição da interação entre o ambiente e o indivíduo, Vygotsky já relata parte do principio que separa a origem e o desenvolvimento da fala do estudo da origem do pensamento prático da criança. Com esse apontamento, Vygotsky pressupõe que para haver o interacionismo social levaria em conta a postura dos fatores sociais, comunicativos e culturais para a aquisição da linguagem. De posse deste norte, a criança entra em interação com o meio social e assim passa a exercer uma troca comunicativa.