No fim de um acorde
Fico pensando em como a vida é alucinante entre freios e contrapeses, posicionando a aceleração da roda viva dos bastidores do ócio no fim de um acorde.
Ao construir olhares tatuados no corpo cansado, aproximamos o cotidiano confuso, misturando os aromas da manhã com o cheirinho de chá antes de dormir.
Boêmios da poesia enlouquecem em meio ao violão entoado de lua. As dores de amores desfeitos são cantadas em meio à aguas enxugando as cordas soltas. Enquanto os amores enxutos são sentidos com paz, acendendo nas velas a chama quente dos amantes.
E os infelizes?
Mendigam os badalos do sol. Com sorriso desembestado, radiando amor. Faminta penitência das flores murchas de um jardim seco.
Felizes são os de primavera-rosa, primavera cor da menina dos olhos musgos desaguando braços e abraços.