A primeira Olivetti a gente nunca esquece
Lembro-me como se fosse ontem. Eu comecei a escrever à mão, ensaiando as primeiras frases, quando tinha seis, sete anos de idade. Aos doze, já escolado, as poesias invadiram meus escritos. Nunca mais me livrei dessa missão.
Cadernos e todo tipo de papel que me caía à mão, eram preenchidos com rimas, palavras escolhidas, dedicatórias e pensamentos diversos. Ali começava a nascer um escritor que, mais tarde, publicaria vários livros. Mas eu nem suspeitava disso ainda. Escrever, para mim, sempre foi uma forma de exorcizar a tristeza, debater temas importantes para mim, demonstrar minha opinião, fazer homenagens a irmãos, amigos, temas universais como a paz e o amor.
Aos treze, catorze anos, aprendi a datilografar. Não foi algo dado, caído do céu. A curiosidade me instigava e, ao entrar num escritório para trabalhar como office-boy, fiquei fascinado com as grandes máquinas de escrever, sobre as quais se debruçavam moças e rapazes que escreviam velozmente. Os dedos obedeciam aos comandos do cérebro e as ideias iam se derramando sobre o papel branco, invadindo cada centímetro.
Na primeira oportunidade comprei um manual de datilografia e treinava nas paredes, nos tamboretes, no chão. Batia as pontas dos dedos em tudo quanto era superfície, para treinar e fortalecer a musculatura. Apesar de datilografia não ser um exercício de força bruta, a disciplina e memória de onde estavam as letras no teclado eram o básico para qualquer datilógrafo. Eu não pretendia ser um profissional nessa arte, mas tinha vontade de possuir uma máquina e escrever meus textos nela, bem como passar a limpo todos os meus manuscritos.
Hoje não tenho nada de rascunho em casa, pois escrevo direto na tela de um computador. Mas todo escritor iniciante, que se preze, deve ter sonhado com uma máquina de escrever. Pelo menos os de minha geração. O meu sonho se transformou em realidade quando economizei por anos a fio para comprar uma máquina Olivetti Letera 32. Foi uma euforia e uma gritaria quando tive o prazer de tê-las em mãos e, dali em diante, nunca mais parei de escrever com os dedos... O difícil era parar de escrever. Eu ia dormir de madrugada, todos os dias, iluminado por uma luz de vela ou um fifó - candeeiro a querosene -, escrevendo e reescrevendo meus textos.
Hoje, aposentada a máquina, faço meus rascunhos até na tela do celular. Mas nunca esqueci minha primeira Olivetti, que repousa de sua labuta na casa de minha irmã Valdecy, em Vitória da Conquista, interior da Bahia.
Lembro-me como se fosse ontem. Eu comecei a escrever à mão, ensaiando as primeiras frases, quando tinha seis, sete anos de idade. Aos doze, já escolado, as poesias invadiram meus escritos. Nunca mais me livrei dessa missão.
Cadernos e todo tipo de papel que me caía à mão, eram preenchidos com rimas, palavras escolhidas, dedicatórias e pensamentos diversos. Ali começava a nascer um escritor que, mais tarde, publicaria vários livros. Mas eu nem suspeitava disso ainda. Escrever, para mim, sempre foi uma forma de exorcizar a tristeza, debater temas importantes para mim, demonstrar minha opinião, fazer homenagens a irmãos, amigos, temas universais como a paz e o amor.
Aos treze, catorze anos, aprendi a datilografar. Não foi algo dado, caído do céu. A curiosidade me instigava e, ao entrar num escritório para trabalhar como office-boy, fiquei fascinado com as grandes máquinas de escrever, sobre as quais se debruçavam moças e rapazes que escreviam velozmente. Os dedos obedeciam aos comandos do cérebro e as ideias iam se derramando sobre o papel branco, invadindo cada centímetro.
Na primeira oportunidade comprei um manual de datilografia e treinava nas paredes, nos tamboretes, no chão. Batia as pontas dos dedos em tudo quanto era superfície, para treinar e fortalecer a musculatura. Apesar de datilografia não ser um exercício de força bruta, a disciplina e memória de onde estavam as letras no teclado eram o básico para qualquer datilógrafo. Eu não pretendia ser um profissional nessa arte, mas tinha vontade de possuir uma máquina e escrever meus textos nela, bem como passar a limpo todos os meus manuscritos.
Hoje não tenho nada de rascunho em casa, pois escrevo direto na tela de um computador. Mas todo escritor iniciante, que se preze, deve ter sonhado com uma máquina de escrever. Pelo menos os de minha geração. O meu sonho se transformou em realidade quando economizei por anos a fio para comprar uma máquina Olivetti Letera 32. Foi uma euforia e uma gritaria quando tive o prazer de tê-las em mãos e, dali em diante, nunca mais parei de escrever com os dedos... O difícil era parar de escrever. Eu ia dormir de madrugada, todos os dias, iluminado por uma luz de vela ou um fifó - candeeiro a querosene -, escrevendo e reescrevendo meus textos.
Hoje, aposentada a máquina, faço meus rascunhos até na tela do celular. Mas nunca esqueci minha primeira Olivetti, que repousa de sua labuta na casa de minha irmã Valdecy, em Vitória da Conquista, interior da Bahia.