História inacabada só o começo não leiam

Existe uma cidade muito pequena que fica bem no interior desse nosso imenso Brasil chamada Belos Olhos, a cidade carrega esse nome por causa das suas imensas plantações de guaraná que são a principal fonte de sobrevivência dos povos da região, pois bem nessa cidade vivia uma moça chamada Fernanda, conhecida por todos pela sua extravagante beleza, e pelos seus olhos tão negros e tão brilhantes que o povo a apelidou de a rainha de Belos Olhos. Fernanda trabalhava na lavoura juntamente com seus pais, era uma moça muito honrada e trabalhadora e fazia de tudo para ajudar seus pais e todos que precisassem de algum tipo de ajuda.

Tudo seguia seu roteiro paradisiaco na pequena cidade de Belos Olhos, as pessoas acordavam com os irritantes galos e iam antes do sol nascer para o seu trabalho, e Fernanda também seguia seu roteiro e se encaminhava para a lavoura, mais eis que nesse dia aconteceu um fato inesperado que fez toda a cidade parar. Eis que conforme os trabalhadores chegavam nas plantações se depararam com uma cena chocante, havia um cadáver de uma mulher jogado bem no meio dos tropicais pés de guaraná, e o cadáver nada mais nada menos era do que o da mulher do fazendeiro, do dono de todas aquelas terras, o cadáver era da Senhora Maria das Dores Gonçalves, mulher do Coronel Rodrigo Gonçalves.

Houve um momento de completo estado de choque de todos que presenciaram aquela cena tão triste, e também um momento de muita comoção pois a Senhora Maria das Dores era muito querida por todos, desde seus empregados,até a '' pequena burguesia da cidade ".

Logo um homem chegou trazendo consigo o Coronel Rodrigo, que ao ver aquela cena teve uma atitude que foi muito estranhada por todos, ele simplesmente deu ordens para que alguem chamasse o carro da policia ou o do IML para que o corpo fosse levado dali, e no mesmo instante ordenou que todos voltassem ao trabalho, pois o guaraná não iria ser colhido sozinho.

Todos ficaram perplexos com aquela atitude, mais todos voltaram ao serviço temerosos de perder o seu sustento, mais houve uma pessoa que não retornou a colheita. Essa pessoa simplesmete era Fernanda que ficou indignadissima com a atitude cruel e sem escrupulos do coronel e foi tirar satisfações com ele e lhe disse:

- Coronel o senhor me desculpe, mais o senhor é um monstro, como pode alguém ser tão sem sentimentos e sem escrupulos, ao ponto de ser tão frio ao ver o corpo da própria esposa caido no chão e não se comover, de não ser capaz de derramar uma só lágrima, diante da mulher que tanto amava o senhor

O Coronel olhou Fernanda com os olhos meio baixos, mais logo notou a beleza da moça e levantou a vista e a olhou bem no fundo dos olhos dizendo:

- Não posso fazer nada ela já esta morta, lágrimas não a ressuscitaram, nada posso fazer

- Pois o senhor poderia demonstrar ao menos um pouco de respeito perante o cadáver de sua esposa e não virar as costas como se ela fosse um bicho qualquer que tivesse morrido

- Ora, mais é muita petulância de uma menina que mal saiu das fraudas, querer falar comigo assim, me dando lição de moral, se esqueceu que eu sou o dono de todas essas terras e que posso mandar você e sua familia embora daqui como um bando de cachorros sardentos ?

- Sei muito bem quem eu sou Coronel, meu nome é Fernanda, e eu não tenho medo do senhor, e não vou ficar calada presenciando uma cena dessas, o senhor me da nojo, e cuspiu no rosto do Coronel Rodrigo

O Coronel homem muito orgulhoso que nunca tinha sido tão insultado deu um tapa na cara de Fernanda com todo ódio que sentiu, e também com um certo sentimento que descubriremos mais para frente, mais a saliva de Fernanda ainda escorria no seu rosto, escorria como as lágrimas que o Coronel deveria ter derramado, mais que não derramou

Fernanda caiu no chão devido ao imenso impacto do tapa que levara, caira bem ao lado do cadaver de Maria, a patroa que ela tanto amava, e nesse instante fechou seus olhos e os olhos da defunta e chorou, seu choro se misturou ao sangue que descia dos seus lábios e foi cair em cima da face de Maria, que tinha naquele rosto cadavérico uma expressão de terror e de susto, que estranho mesmo depois de mortos nós seres humanos ainda queremos nos expressar, e Maria antes de morrer parecia ter levado um grande susto, ou uma grande surpresa, e morreu com essa expressão no rosto.

O Coronel Rodrigo, se retirou do local, mais antes disse ao seu capataz Antônio, seu homem de confiança na fazenda, aliás homem muito ruim e odiado pela maioria dos trabalhadores da plantação pela sua tamanha arrogância e pelas maldades que cometia se valendo sempre de que estava cumprindo ordens do coronel e que se alguém tinha alguma coisa a reclamar que fosse reclamar com o coronel pois ele só cumpria ordens ( bem isso era o que ele dizia, mais na maioria das vezes ele agia porque ele mesmo queria, o ser humano é tão ruim ),pois bem o Coronel mandou Antônio dizer a Fernanda que ela esava sendo chamada para ir a sede da fazenda hoje a noite para ter uma conversa com ele, o capacho disse que sim senhor que o recado já estava praticamente dado, e pediu licença ao coronel

Antônio chegou pegou Fernanda pelo braço e disse-lhe o recado:

- Escuta aqui o sua vadiazinha, o Coronel Rodrigo exigiu sua presença hoje a noite na sede da fazenda, pois parece que ele quer ter uma conversinha particular com você, é parece que o coronel não quer deixar a cama dele vazia nenhum diazinho sequer, e saiu dando risada, uma risada tão nojenta quanto aquele bafo de cachaça que ele tinha

- Parecia inacreditável, mais em menos de meia hora a policia chegou juntamente com um carro do IML, para levar o corpo da Senhora Maria das Dores, eles disseram que o coronel já havia explicado o que havia acontecido, que, pelo que o coronel ficou sabendo por algumas informações de pessoas que ouviram certos barulhos, havia sido um ataque de onça, ou de gato do mato.

Fernanda que ainda estava presente no local ouviu aquelas mirabulosas explicações dos policiais, que pareciam loucos para ir embora e voltar para a sede da delegacia para tomar o seu café e comer os seus biscoitos, lógico falando sempre das mulhereres da cidade,e ficou sem entender aquelas fantasiosas explicações

- Fernanda pensou, meu Deus mais como ataque de onças, ou gatos do mato, isso nunca aconteceu aqui e quem disse ter visto ou ouvido alguma coisa pro coronel se eu não vi ninguém conversar com ele, a não ser que a pessoa tenha visto o corpo e corrido a casa da fazenda lhe avisar, mais eis que surgia outro dilema na cabeça de Fernanda, mais o que a Dona Maria fazia na plantação de madrugada antes mesmo dos trabalhadores chegarem a lavoura, e porque o coronel estava tão inabalado com tudo aquilo, isso deixou Fernanda com milhões de dúvidas na cabeça, mais Fernanda não era de deixar dúvidas no ar, ela sempre as esclarecia e seja como for ela iria até o fim para descobrir todo aquele mistério que envolvia a morte de Maria das Dores Gonçalves mulher do temido e cruel Coronel Rodrigo Gonçalves.

A policía juntamente com o IML, levou o corpo para os procedimentos necessários e Fernanda como todos os outros teve que voltar ao trabalho, mas a cabeça dela não tirava da memória o rosto de Maria das Dores, e aquele expressão assustadora que ela tinha quando morreu. Também havia o convite do coronel para que ela fosse a sede da fazenda a noite, o que será que aquele horripilante homem queria com ela? Fernanda trabalhou o resto do dia preoucupada e curiosa, afinal agora até rumores de " onça " haviam sido ditos por alguém, mas que alguém era esse?

Lá para as cinco da tarde, Fernanda chegou em casa com seus pais, Alberto e Sofia, havia um silêncio mortal entre os três, até que Fernanda num impulso de raiva rompeu aquele silêncio gritando:

- O que há com vocês meus pais, a Dona Maria morreu, foi assassinada, e é claro que não foi nenhuma onça que a matou, será que vocês não percebem isso?

Nesta hora os pais levantaram a cabeça, e seu pai Alberto disse:

- Minha filha nós estamos tão tristes como você, por essa perca, mas parece que o coronel não quer que ninguém comente sobre isto, e como você sabe que não foi nenhuma onça que a matou?

- Ora, meu pai, está na cara que isso foi uma desculpa do coronel para a policía, para eles não investigarem nada, e a policía fingiu acreditar por pura conveniência, parece que nesta cidade a ditadura não acabou, pois o Coronel Rodrigo manda e desmanda em tudo por aqui, até nas almas das pessoas parece que ele manda, mas na minha alma ele não manda, nem nunca mandará. E depois disso contou o que havia acontecido entre ela e o coronel e sobre o " convite " que ele lhe enviara, o de ir a sede da fazenda a noite, sem mas, nem porque.

Os paia de Fernanda ficaram espantados com as atitudes da filha contra o coronel, e temeram que eles fossem demitidos e expulsos daquelas terras.

Mas Fernanda disse que se caso eles fossem expulsos iriam para a cidade e que poderiam arumar outro emprego, que aquilo não era problema e que..., a conversa foi interrompida pois alguém mexia na maçaneta da porta, todos ficaram assustados, mas logo se acalmaam ao vererm que se tratava de Marcos, irmão de Fernanda.

Todos o abraçaram e contaram a história que havia mexido com todos, Marcos ouvia a história um pouco apreensivo, mas sem demonstrar nenhum tipo de interesse, foi então que Fernanda lhe perguntou:

- Ora, meu irmão você trabalha na sede da fazenda e não sabia de nada? não viu os carros de policía, a movimentação?

Marcos parecia ter acordado com esta pergunta, e acordado com um balde de água fria e disse quase que juntando as sílabas para falar:

- É que, eu é, eu tive que sair logo cedo para azer um serviço pro coronel na cidade e só voltei agora no fim da tarde, e eu não retornei pra sede. eu pedi para meu companheiro levar o carro até a sede e eu fiquei por aqui mesmo, e agora eu vou me deitar pois eu não estou me sentindo muito bem, boa noite a todos. Mais o que realmente parecia era que Marcos fugia das perguntas que Fernanda ia começar a fazer, mas que teve que se conter e esperar por outra oportunidade. Fernanda foi cuidar do pequeno ferimento em sua boca, devido ao tapa recebido do coronel e o resto da familía foi parasuas funções rotineiras, o cachorro está com fome Sofia, já vou Alberto já vou.

O dia começou a anoitecer, a lua estava linda e na plantação havia vários olhos, todos abertos e brilhantes, mas Fernanda era a primeira, era a rainha de Belos Olhos.

Fernanda sabia para onde tinha que ir e se despediu dos seus pais, pois iria a sede da fazenda ver o que o coronel queria, seus pais lhe desejaram boa sorte, como se ela estivesse indo para a guerra, mas Fernanda não acreditava em sorte, ela acreditava no amor.

Pquem leu até aqui muito obrigado logo logo eu termino essa história abraçosss

Anderson Gomes dos Santos
Enviado por Anderson Gomes dos Santos em 21/04/2011
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T2922696