Idade da Razão
Seres humanos sentem necessidades, mas quais seriam as verdadeiras necessidades de alguém?
Nascemos para esta vida que sempre nos faz esperar por coisa alguma. Num dia a temos abundante em sua existência e no outro ansiamos pela morte que finda todas as nossas angústias.
Somos carne pensativa que grita, sangra e chora; findar este ciclo é pura tolice, pois, um inseto é mais fácil de exterminar do que à nós mesmos.
Ao desejar tal coisa começamos a imaginar como seria não existir: Não admirar mais o imenso azul do céu, sentir a agonia do inverno, as ondas do mar e nem presenciar alegria em rosto algum, Não sentir nas mãos objetos fúteis e nem o desejo da carne; não sentir o aroma das árvores, nem imagem nenhuma do mundo. Só restaria a sombra sensata de sangue, luminosa, cheia de ex-paixões, epitáfios de esperança e a cena de um balão que fura, estoura e logo desaparece.
Não valeria a pena, pois, viver é enfrentar a si mesmo com dúvidas revolta e caos.
(Lis – 2007 – Texto inspirado no livro ‘A IDADE DA RAZÃO’ – Sartre).