Nada é melhor que qualquer coisa, às vezes...
Porque vez ou outra é preciso um vazio que fique lá distendendo o espaço, onde caiba uma nova idéia, onde uma formiga possa se perder do transe e onde a noite deixe um feixe de luz da lua.
Vazio que grite mesmo o seu nada estonteante.
Onde pareça sustentar qualquer coisa.
Onde uma fuga do olhar nos tome e consuma e em seu nada nos absorva.
Detesto as bugigangas.
São como o céu carregado de nuvens negras ameaçando tempestades...
Paisagem carregada ou rebuscada de coisas amorfas, me sufocam com sua sobrecarga.
Gosto do espaço sóbrio, onde os vãos e desvãos me tomam pela mão e me arrancam do timão.
Não comando, flutuo sobres as vagas e divago sem réguas, sem medo do mergulho...
Me embrulho de espaço vazio e me torno o epicentro de mim e do vento e entro e saio de mim, sem visão de entulho, imagens e muros que limitam meu zoom.
Amo brincar com o vazio em que encho e esvazio de ilusão e afins.