HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Na década de 1960 com a crise ambiental, desencadeou outros caminhos para pensar o desenvolvimento econômico vigente. Esta crise tem sido explicada a partir de uma diversidade de perspectivas ideológicas. Por um lado, é percebida como resultado da pressão exercida pelo crescimento da população sobre os limitados recursos do planeta. Por outro, é interpretada como o efeito da acumulação de capital e da maximização da taxa de lucro em curto prazo, que induzem a padrões tecnológicos de uso e ritmos de exploração da natureza.

Esse consumo é estimulado pela mídia especialista em criar necessidades. O quadro decorrente do binômio produção-consumo demanda recursos naturais (consumo de matéria prima, água, energia elétrica, combustíveis fósseis, desmatamentos, etc). A partir dos muitos encontros promovidos e organizados pela ONU em 1972, dentre eles a “Conferência de Estocolmo” ficou nítido que a civilização humana chegou a este ponto negativo e crucial que foi um desenvolvimento explosivo da capacidade cultural da exploração dos seres humanos e dos bens naturais.

Neste sentido, a educação, sob essa ótica é um dos instrumentos mais importantes da adaptação cultural, que tem ocupado um papel fundamental na construção do futuro. Segundo Leff (2006, p.59), denomina esse período de “crise da civilização” e acentua: “esta crise tem sido explicada a partir de uma diversidade de perspectivas ideológicas”. Por um lado, é percebida como resultado da pressão exercida pelo crescimento da população sobre os limitados recursos do planeta. Por outro, é interpretada como o efeito da acumulação de capital e da maximização da taxa de lucro em curto prazo, que induzem a padrões tecnológicos de uso e ritmos de exploração da natureza.

Segundo a Carta de Belgrado, nossa geração tem testemunhado um crescimento econômico e um progresso tecnológico sem precedentes, os quais, ao tempo em que trouxeram benefícios para muitas pessoas, produziram também sérias conseqüências ambientais e sociais. As desigualdades entre pobres e ricos nos países, e entre países, estão crescendo, e há evidências de crescente deterioração do ambiente físico, numa escala mundial. Essas condições, embora primariamente causadas por um número relativamente pequeno de países, afetam toda a humanidade.

Já na Conferência de Tblisi, primeira conferência intergovernamental sobre Educação Ambiental, constituiu-se um marco histórico para a evolução da Educação Ambiental. Dentre os pontos de maior interesse estão: a consciência em ajudar os indivíduos e grupos sociais a sensibilizarem-se e a adquirirem consciência do meio ambiente global e suas questões; o conhecimento que é uma motivação em adquirir diversidade de experiências e compreensão fundamental sobre o meio ambiente e seus problemas; o comportamento que desperta comprometimento com uma série de valores, e proporciona interesse pelo meio ambiente, participando da proteção e melhoria do meio ambiente; as habilidades que levam as pessoas adquirirem competências necessárias para identificar e resolver problemas ambientais e a participação que proporciona possibilidade de participação ativa nas tarefas que têm por objetivo resolver os problemas ambientais.

Em 1987, o Congresso Internacional em Educação e Formação Ambiental objetivou a discussão das dificuldades encontradas e dos progressos alcançados pelas nações, no campo da EA, e a determinação de necessidades e prioridades em relação ao seu desenvolvimento, desde Tblisi. Diante deste objetivo destaca-se um ponto principal por ser um processo que deve durar por toda a vida, a Educação Ambiental pode ajudar a tornar mais relevante a educação geral por constituir-se numa excelente base na qual possam desenvolver-se novas maneiras de viver em harmonia com o meio ambiente - um novo estilo de vida.

Diante de todo percurso da história da EA é imprescindível formar uma concepção crítica do saber ambiental que compreende quatro níveis: o nível epistemológico, que está relacionado com o caráter e a natureza científica, a qual incorpora os fundamentos filosóficos que constituem o fundamento do saber, sua significação ético-política e a dinâmica da formação e produção do conhecimento no interior das disciplinas científicas. O nível teórico, que determina as regras e normas da interpretação dos fatos, da construção de conceitos e teorias, da estruturação de tipologias e dos modelos estruturais e funcionais. O nível metódico, que está relacionado com os métodos particulares e com a articulação teoria-prática. Por fim, o nível técnico que diz respeito aos procedimentos de coleta e processamento de informação.

Portanto, a Educação Ambiental está sendo inserida na sociedade através das emergentes situações provocadas pelas ações antrópicas, revelando assim diversas vertentes de acordo com sua história. Isso desponta em cada um de nós uma consciência crítica para analisar o uso indevido que o homem vem utilizando os recursos naturais de forma inconsciente e insustentável no decorrer da história. Assim, perante as cenas catastróficas ambientais que vêem acontecendo no mundo, é fato que a EA é necessária em todos os âmbitos da sociedade sensibilizando as pessoas que deve haver mudanças culturais significativas do comportamento humano diante da natureza.

REFERÊNCIAS:

DIAS, Genebaldo Freire. Elementos para capacitação em educação ambiental. Ilhéus, editus, 1999, 186p.

LEFF, Enrique. Epistemologia Ambiental. Tradução de Sandra Valenzuela. Revisão técnica de Paulo Freire Vieira. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

Elaine Morais
Enviado por Elaine Morais em 10/03/2011
Reeditado em 31/03/2011
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