Uma vida iluminada
Uma vida iluminada
“Que dia é hoje?Onde estou?”E assim, olhando as pessoas passarem muito rente a mesa Rur Sales não cogitou a se mover.O medo dominara seus impulsos e as luzes que se refletiam do palco lhe faziam mal.A sua hora já estava quase chegando.Inscritos na quinta posição, sua banda finalmente iria tocar. Queria pular do palco, arrancar os cabelos e dizer maluquices a toda aquela gente.Começava a talvez imaginar fotos e cores.As garrafas também lhe refletiam cores e que pareciam se degradar letalmente.Imaginou o mundo em câmera lenta e ao se aproximarem da mesa as pessoas queriam cumprimentá-lo, mas ele já não podia se reconhecer. Não sabia que tudo aquilo não era um sonho.Não sentia beliscões.
“A hora chegou.É a vez de vocês” Foi carregado até lá e ignorou os olhares de inúmeros conhecidos-desconhecidos que por ele, naquele momento, não se podia dizer que algum contato tenha acontecido realmente. Primeiro susto com o som das baquetas chamando a primeira música, segundo susto a sua voz soando num tom totalmente atonal.Cantou como se fosse um sóbrio tentando se embreagar sozinho.O mundo que era feito em câmera lenta sofre uma metamorfose e arrecadando flash´s pôs-se a girar, a girar com toda a força. Arrancou o pedestal do chão e agora estava elétrico, as coisas ganharam sentido.Estava numa novela totalmente em branco e preto.Colocou as mãos na cabeça e não encontrou seu chapéu.Queria o terno mas a blusa de lã lhe acomodara tanto que preferia o intenso suor daquela noite!Cantou até notar que o terceiro susto havia chegado...eram as palmas febrís do público querendo mais.