Excesso de chuvas ou descaso?
Desde a antiguidade, a humanidade vem sofrendo com desastres naturais. Até a Bíblia descreve tais fenômenos, como o dilúvio e a destruição de Sodoma e Gomorra. Com certeza, não são eventos modernos ou sinais do “fim do mundo”.
O que acontece é que, hoje, com o advento dos meios de comunicação mais modernos e rápidos, todo e qualquer fenômeno desses não passa desapercebido. Não há provas evidentes que essas catástofes sejam mais freqüentes ou mais graves atualmente. Até o aquecimento global, visto por muitos como causa principal de tais catástrofes, não é unanimidade entre os estudiosos. Há correntes que nem acreditam que ele tenha causa na ação humana, mas que é um fenômeno natural da evolução do nosso planeta.
Porém, os últimos desastres ocorridos no estado do Rio de Janeiro por causa da chuva nos últimos dois anos tem preocupado muito as autoridades. No último, o número de mortes foi mais de dez vezes maior. Também na Austrália aconteceram eventos semelhantes. Para alguns, tais catástrofes ocorreram por causa do excesso de chuvas que acometeram as duas regiões. E as previsões futuras não são nada animadoras. Elas dizem que há mudanças climáticas em curso e o volume de chuvas pode aumentar ainda mais ao longo do século.
Então, se a natureza não vai dar trégua, o homem deve procurar meios para se prevenir desses acidentes. Muitos desses meios já existem estão disponíveis mas, por negligência das autoridades, não são utilizados. Ou seja, já que a chuva não vai parar, devia-se dar mais atenção às previsões meteorológicas e tirar as pessoas das áreas de risco, das encostas e assim por diante. Mas falta vontade política e competência aos governantes. Talvez faltem recursos também. Mas com certeza, não é por falta de impostos, já que o Brasil é um dos países com maior carga tributária do mundo.
Portanto, não se deve culpar apenas o excesso de chuvas pelos acidentes que vem ocorrendo em várias regiões do país nos últimos anos. É óbvio que ele é a principal causa. Mas o descaso e falta de planejamento por parte das autoridades também tem um peso razoável.