Pois...ego!

Tinha um lado esquisito, cheio de detalhes

e comprometimentos com regras básicas para fazer da sua vida algo quase perfeito e atingir a normalidade

que pensava existir.

Era materialista. Pedra, pedra , pão, pão .

E sem desenvolver a espiritualidade de forma

mais acentuada, seguia num compasso encravado

no real truculento .

Se entendesse a alma como sendo algo tangível e modelável talvez se suavizasse para a rotina e aquietaria o coração.

Mas, da forma que entendia a vida ,

(gerir objetivos centrados num eterno prazer lúdico

contínuo: só a sua satisfação - )

resolvia os percalços aos trancos e barrancos

e corria para o seu ego entontecido ,desmontava alheias almas, sofria irmãos.

Esquecendo que a'felicidade não é bem deste mundo',

que, talvez, 'não tenhamos vindo aqui a passeio' ,

que 'a caridade verdadeira começa dentro de casa'.

Nada disso lhe fazendo a cabeça , seguia pelas ruelas

montado em carrossel movimentado por falsos mecanismos barulhentos e irritadiços ,enfeitados com flores

de plástico . Cobertos de tintas que desmanchavam

com as chuvas insistentes da insatisfação.

E escorriam seu colorido escurecido de insensatez

pelo bueiro fundo da ignorância .

Incompreensão que o levava para longe em acelerada caminhada,a repetir sempre os mesmos passos ,

sem entender que fugia de si mesmo.

luferretti
Enviado por luferretti em 02/11/2006
Reeditado em 03/11/2006
Código do texto: T280370