Talvez a indiferença
Talvez achassem que eu chegara ao ponto de deixar a desejar...
Talvez pensassem que eu endoidecera.
Talvez já não conseguissem mais distingüir-me entre as procelas de meu desalinho visível...
Talvez águas turvas estivessem a me engolir...
Assim é que dei por mim ao analisar as poucas presenças em minha cela gélida...
Mas simples suposições e sem fundamentos para tese, opto por um delete rápido.
Sigo apática desdobrando os dias que virão, sem o pirão da Genoveva e sem o abraço da mãe nega que me amamentou em seus peitos fartos, com o leite da fortaleza contra as vicissitudes da vida...
Anêmica, perdida entre as cismas vãs, espero a luz do amanhã, que ilusão não seja, e traga-me o gosto antigo da felicidade sem por quês...
Permaneço apenas, escrava dessa divagação sem mais, e entre ais e apáticos risos, fujo ao crivo da razão que me engasga, rouba, brilho aos meus olhos, visão distendida para um depois festivo em lenitivo para o meu penar por sina.
Saudades da menina que via magia no mundo. Mas ela, não sabia dos espinhos das rosas, dos venenos das cobras das máscaras de hipocrisia...