Historieta: Amor na Net (Capitulo XXVII)...
Tudo certo. Thiago viajou, a pequena Bruna ficou e sua matricula foi providenciada numa escola católica da cidade.
Ludmila ganhava uma família completa e maravilhosa. Thiago conversou com os patrões e propôs a criação de uma nova agencia de carros na cidade de Ludmila, a proposta interessou, pois Thiago juntamente com os sogros entraria com a estrutura.
Três dias depois Thiago aterrissava acompanhado por dois de seus ex-patrões e atuais sócios no aeroporto e era recepcionado por Ludmila e Bruna.
A felicidade se estampava nos olhares, abraços e beijos.
_ E sua mãe? Perguntou Ludmila.
_ Vem semana que vem. Mas que saudade de vocês, vocês não fazem idéia, só a Net aplacava um pouco a saudade, amo vocês, entenderam? Disse Thiago.
Ele apresentou a Ludmila os novos sócios. Eles adoraram a localização do galpão que seria transformado na nova agencia de carros e voltaram dois dias depois com os documentos legais para a abertura daquela sociedade.
Mas Thiago precisava ter uma conversa séria que talvez mudasse tudo e o tempo passou.
Assim que dona Clarice chegou à primeira pergunta que ela fez ao filho quando este foi buscá-la no aeroporto foi:
_ Você já contou pra Ludmila? Ela tem o direito de saber?
_ Eu ainda não contei, mas vou contar...
_ Você tem que contar antes do casamento!
Assim que chegou à casa de Ludmila com a mãe, Ludmila percebeu sua inquietude e logo depois de acomodar a futura sogra, veio e perguntou:
_ O que houve? Está tudo bem!
_ Sim! E não!
_ O que foi Thiago?
_ Eu preciso lhe contar uma coisa! Falou ele aparentando desespero.
_ Vamos até o escritório! Aconteceu algo com o Léo? Diga-me logo, pois daqui a pouco precisaremos ir buscar Bruna na escola. Disse Ludmila.
_ É sobre ela que precisamos falar.
_ Diga! Estou ouvindo.
_ Quando Bruna nasceu, a mãe dela ainda viveu um tempo pra me dizer algo terrível...
_ Bruna não é sua filha de verdade, eu não me importo com isso, porque eu já a amo. Falou Ludmila o interrompendo.
_ Não é nada disso! Eu e a mãe dela nos separamos logo no inicio da gestação e ela teve outros companheiros e um desses companheiros passou AIDS para ela... E ela passou para o bebê, a Bruna é portadora da doença, por isso quando ela pediu pra ficar com você eu deixei... Todos nós vivemos em função dela e todos os dias são para nós uma vitória. Portanto, eu vou entendeu se você agora cancelar o nosso casamento...
_ Thiago tem mais alguma coisa que você não me contou? Perguntou Ludmila nervosa.
_ Não!
_ Você por acaso tem AIDS?
_ Não!
Ludmila começou a chorar.
_ Eu sinto muito! Disse Thiago.
_ Você me ama? Perguntou Ludmila.
_ Sim! Como nunca amei ninguém.
_ Então, por que quer que eu seja a vilã?
_ Não entendi!
_ Você deixou ela me amar, me chamar de mãe, meus pais de avós, pra depois me dizer que eu devo deixá-la, porque ela tem uma doença...
_ Você é capaz de amá-la mesmo ela tendo AIDS? E seus pais, eles serão capazes de amá-la?
_ Vem cá, eu vou te apresentar essas pessoas, porque você ainda não nos conhece! Disse Ludmila arrastando Thiago pelo braço.
As lágrimas desciam grossas e quentes de seus olhos queimando a sua face.
_ Pai, mãe! Gritava ela pela casa.
_ O que foi? Perguntou seu pai.
_ Por que você está chorando? Perguntou sua mãe.
_ Thiago me contou agora que a Bruna, a nossa menininha tem AIDS e ele quer saber se nós podemos amá-la mesmo assim? E se eu posso me casar com ele sabendo disso?
_ Como? A minha neta, aquele docinho de criança, não pode ser! Disse seu Antonio caindo na poltrona.
Dona Júlia começou a chorar.
_ Nós não deixamos de amar as pessoas quando elas têm problemas! Nós passamos a amar mais! Será que você pode entrar pra essa família? Ou será que você vai me deixar na primeira dificuldade que tivermos? Ou me trocar por duas de vinte quando eu tiver quarenta anos, ou você me achar mais velha ou mais feia? Essa é a minha família, nós somos assim quer perguntar a nós se ainda amamos a pequena Bruna ou não?
Neste momento Thiago já chorava e dona Clarice também chorava, pois ouvia a tudo num canto da sala.
Tiana a empregada veio dizer que dona Ludmila, a tia, já havia ido buscar a menina Bruna.
E logo Bruna adentrava a sala com sua mochilinha, toda feliz puxando tia Ludmila que tentava acompanhar tanta energia.
_ O que foi com vocês? Perguntou Bruna ao ver que todos estavam com os olhos vermelhos.
_ Vem cá minha netinha, senta aqui no colo do vovô que tudo fica bem! Disse seu Antonio extremamente emocionado.
Dona Julia se aproximou e beijou Bruna.
Continua...