Conversando com Deus

Hoje acordei em meio ao silencio da casa vazia, abri as janelas, mas o sol parecia não querer entrar... Liguei o som e claro fui fazer meu café...

Por um instante o céu me parecia triste, como alguém que se fecha em um canto para chorar...

A casa pequenina, porém tão vazia, que não parecia ser meu lar...

Nos muitos afazeres, não percebi que estava só, nem que o sol não queria conversar, tão menos que o céu queria chorar...

Enquanto a água do café fervia, estava varrendo a casa, arrumando as camas, colocando roupas na máquina para lavar e pensando no serviço de segunda-feira. O som estava ligado, mas não me pergunte que música estava tocando, pois a movimentação em minha mente, não me permitiu ouvir.

De repente a campainha tocou, era o marceneiro que ia trocar o rodapé dos armários, e com tanto pó que ele estava fazendo, me obrigou fechar a porta do quarto para não ter aquelas crises horríveis de alergia...

Foi então que sentei à cama para dobrar umas roupas, e percebi que me levantei às oito horas da manhã, e agora às nove e meia, já tinha feito quase todo o serviço de um dia inteiro...

Parei, olhei pela janela, hum, parece que vai chover! Penetrou em meus ouvidos um suave som do CD que coloquei cedo para tocar e então percebi que aquele era o momento que tinha para falar com Deus, já que durante o corre – corre do dia a dia, não tem me permitido além das corriqueiras palavras de obrigada pelo dia e pelo pão...

Pude perceber o que as pessoas sempre diziam, quando me chamavam de ansiosa, alias hoje é sábado, e as preocupações de segunda já estão me inquietando! Lembrei-me de quando fui chamada para entrevista, quando passei no teste e fui chamada para começar a trabalhar, este dia eu agradeci a Deus, mas e os outros? Passou a ser normal... Lembrei que o ano de dois mil e dez, foi feito de surpresas agradáveis e desagradáveis, aliás, a vida é feita de surpresas... Mas a cada superação devemos ver onde está a mão poderosa de Deus e o que podemos aprender, mas a correria, os muitos afazeres, nos impedem de ver, ouvir e sentir o que acontece à nossa volta.

O bom é que Deus não nos cobra, por isso. Ele sabe que somos falhos! No silêncio da casa vazia, foi possível sentar um pouco e conversar com Deus, agradecer por ele nunca se esquecer apesar de eu raramente me lembrar, das promessas dele para aqueles que guardam sua palavra...

A chuva caiu em pingos grossos, e logo já estava brilhando o sol, timidamente não entrou e minha casa, mas o céu que outrora com o ar de tristeza, já sorria, e mais uma vez a mão de Deus balançava as árvores...

E conversando com Deus, o tempo passou, mas a paz que senti em meu coração superou a necessidade de fazer tudo o que estava pela frente, me permitindo sentir um pouco o prazer de cantar a canção do Amor de Deus!