Filhos deste solo
Nos dias de hoje o que percebemos é que apesar da indignação correspondente a certos atos, os mesmos atos só vêm crescendo cada vez mais. Indignar-se nada mais é que não aceitar algumas atitudes que para si são consideradas erradas. Mas será que a nossa indignação está sendo válida?
Fatos comentados, atos confirmados, roubos a mão armada, sim a mão armada, mão esta que se arma com o poder, pois o maior roubo que acontece vem dos grandes poderosos. E nós?Nós reclamamos, mas com o Brasil no qual cantamos “gigante pela própria natureza”, nos tornamos pequenos, camuflados entre suas verdes folhas para que outros não percebam, e mais uma vez nenhuma atitude é tomada.
O que parece é que estamos sendo coagidos, estão arrancando as vozes de nossas gargantas, e a fala, essa já não sai mais. Um surto de aceitação acontece, e o que antes era ético, hoje é ridículo, e o que para muitos não existe, na verdade virou ética. O que seria inaceitável se não cumprido leva ao preconceito, e o aceitável gera desconforto.
Que nação é essa que acaba por aceitar imposições calada?Que indivíduo é este que simplesmente se exclui ante uma situação?Se os risonhos lindos campos têm mais flores, por que os bosques não podem ter mais vida?Se somos realmente filhos deste solo precisamos desatar os laços que prendem nossas mãos, recuperar a voz que nos foi tomada e não só demonstrar indignação mas sim lutar para que o motivo dela seja derrotado e não multiplicado.