Rica loucura

O pensamento é uma das características que nos distingue uns dos outros. A cada indivíduo ele proporciona idéias, ações e destinos distintos. Em meio a isso está a sociedade, julgando e separando os pensares que, segundo ela, são normais e anormais.

Sabe-se que tudo o que está fora dos padrões de normalidade estipulados pela sociedade, ganha uma atenção gratuita, tornando-se alvo fácil de críticas negativas ou positivas. São invenções que contribuíram para a evolução do mundo, palavras de amor que transformaram vidas e ações de ódio as exterminaram. Todas as pessoas que expressaram seus pensares dessa forma, foram consideradas loucas, independente de suas intenções.

Além disso, a crítica social tem bastante influência no progresso de determinados ideais. O filme “Contos Proibidos do Marquês de Sade” retrata isso, no qual o marquês é impedido de expor seus pensamentos publicando seus contos e é preso por ser considerado louco. Mas o impedimento da sociedade, por seus contos serem eróticos, e o fato de ficar preso, é que o levaram à loucura e, a partir dela, à morte. A maneira com a qual a sociedade julga e deturpa as formas de expressão sejam elas religiosas, políticas, sexuais entre outras, tem o poder de dominar os pensamentos, tornando-os agressivos, como forma de defesa.

Porém, todo esse preconceito esconde as verdadeiras contribuições que determinada “loucura” traz para a sociedade. Muitas vezes, tais pensamentos só são reconhecidos postumamente, sejam eles em poemas, contos, músicas, pinturas, filmes, entre outras formas de expressão, como forma de reflexão, de fazer retornar à realidade que, segundo a sociedade, não pertence aos loucos.

Portanto, a sociedade, ao ditar padrões de normalidade e tentando, com críticas, inibir as diferentes expressões de pensamentos, dá outra visão e outro destino ao pensamento e ao pensador. O julgamento, a deturpação e a exclusão, deveriam dar espaço à compreensão, ao estudo e à valorização. Criatividade e inteligência fazem parte do pensamento. Louco é quem não faz uso delas.

Izabel Amorim
Enviado por Izabel Amorim em 25/01/2011
Reeditado em 18/07/2011
Código do texto: T2752017
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