ÉTICA COMO COMPROMISSO SOCIAL

PEDRO ANDRÉ PIRES DE ALMEIDA

Refletir sobre a ética supõe entender o papel da moral na estrutura política e social, que foi construída em cada momento histórico. Não só isso, mas, implica também perguntar sobre o que é o homem, definindo-o não de modo abstrato, mas entendendo-o nas condições históricas em que está inserido. Pensar sobre ética implica também perguntar sobre qual é o modelo de sociedade que desejamos para nós e para as próximas gerações. Trata-se de refletir sobre uma ética de compromissos em que os princípios assumidos com clareza alimentem a ação individual e social, de modo que a responsabilidade de cada um por seu destino seja também responsabilidade para com o futuro da sociedade. Logo, pensar em si, é pensar também no bem da coletividade, olhar para o seu umbigo e também olhar o outro com um olhar humano e acima de tudo cristão.

Na realidade brasileira, a vida cotidiana manifesta situações que demonstram a formação moral individual e o compromisso que o individuo tem com os outros. Os meios de comunicação noticiam, com grande admiração, casos em que simples trabalhadores (catadores de lixo ou garis) encontram quantias enormes de dinheiro e as devolvem a seus donos. Ao mesmo tempo, percebemos que é comum, o desrespeito as normas gerais, isto é, o desrespeito que cada um deve ter para com o outro no conjunto das relações sociais. Desta forma, desrespeitar as leis de trânsito e não considerar os direitos da criança ou do idoso, por exemplo, tornaram-se ações que já não chamam mais atenção.

Tornou-se comum também ouvir noticias sobre corrupção e desvio de dinheiro público, políticos que defendem interesses particulares ou de grupos já beneficiados financeiramente que querem sempre mais e mais e que tomam posso do que deveria ter destinação social. Ações assim, apenas demonstram que a ética ocupa um espaço ínfimo, bem reduzido em nossas relações cotidianas. Esses comportamentos rotineiros, não atuais, mas tão cotidianos possuem várias causas, entre elas o individualismo exacerbado que caracteriza a formação de cada um e que fundamenta a vida na sociedade atual; a história política do país, que apresentou poucos momentos de vivência democrática e que demonstra um enfraquecimento progressivo da sociedade civil e dos partidos políticos, os quais não tem de fato programas definidos e isto vimos nas eleições atuais,que não obstante,servem apenas de legenda eleitoreira. Podemos citar ainda, o abandono em que se encontra o sistema educacional público, e que como educador fico de coração partido ao ver a falta de esperança dos adolescentes dia-a-dia em sala de aula.

Neste sentido, nesta atual sociedade, a sociedade do “salve-se quem puder” o que percebo, é que a relação entre ética e a política (acima de tudo) é uma questão de educação e luta pelos reais direito dos povos, que só começará ocorrer conscientemente e basicamente em sala aula.

PEDRO ANDRÉ ALMEIDA
Enviado por PEDRO ANDRÉ ALMEIDA em 19/01/2011
Reeditado em 03/02/2011
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