Estamos a um passo do final do ano. E essa passagem vem acompanhada de uma estranha sensação de abandono. Apegamo-nos ao calendário e todas as marcas impregnadas em cada dia de cada semana de cada mês do ano que agora agonizante, suspira os últimos números do cronômetro. Mais que isso...
 
É o abandono da boa lembrança. E como é bom poder lembrar, ter de novo nem que seja pela tela da saudade rememorada. Foram tantas conversas, risos ao pé do som que tocava aquela linda canção na voz da cantora desconhecida. Quero-a ouvir nos próximos dias do novo ano...
 
Quero também os amigos que chegaram na hora exata sendo portadores dos ternos abraços, salvaguardando a alegria de tantas ocasiões. Quero as mãos que ampararam as lágrimas. Os olhos que flagraram a dor. O peito aberto hospedeiro de mim.
 
No próximo tempo, na outra folhinha eu não quero andar sozinho, mas principalmente não desejo estar mal acompanhado. Não quero ter as minhas energias fraudulentamente subtraídas. Não quero as presenças indesejáveis dos “corvos” em minha atmosfera, por serem amargos, por terem um aspecto sinistro e por fazerem um ruído pavoroso... não quero, eu já disse!
 
Que estejam em minha órbita os bons fluidos dos que são verdadeiramente partes do meu todo. Quero sempre quente o colo de minha mãe. A inocência nos sorrisos das minhas crianças. Quero poder comprar novos livros, beber do saboroso vinho e ter dinheiro para o táxi.
 
Quero aprender e logo esquecer do que não foi bom. Quero dizer, que eu não me importo da agenda cheia, pois que venham os compromissos, novos estudos e cursos e muito trabalho, afinal mente vazia... não é um negócio rentável.
 
Quero viajar por caminhos nunca andantes e trazer na mochila novas experiências. Quero os desafios bem camaradas, uma generosa ideia, uma emoção em forma de inspiração e por fim, um orgulho modesto. Quero ser uma pessoa melhor!
 
Quero estar com as portas abertas, a palavra muito venturosa, o amor disponível. Quero poder ser fiel e leal. Errar e me render ao perdão. Viver sabendo que tudo pode acabar e mesmo assim, continuar feliz na certeza de que o término é ao mesmo tempo o começo para uma outra história... e que venha abençoada por Deus.
 
Querer é apenas uma outra maneira de dizer que o desejável já está à nossa frente... e eu vou buscar!
 
 


Imagem - Fonte: Google

Toni DeSouza
Enviado por Toni DeSouza em 30/12/2010
Reeditado em 14/02/2011
Código do texto: T2700806
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