A história do padre Zeca do Japão...
Padre Zeca iria retornar ao Brasil em breves dias, então decidiu conhecer mais sobre a alma japonesa e para isso resolveu fazer uma peregrinação pelos 82 templos de bicicleta.
Tudo resolvido, ele iria visitar os templos durante a semana e no final de semana estaria de volta a sua paróquia para as celebrações.
E assim começou sua jornada, pedalava por vários quilômetros de um templo a outro.
Mas numa de suas viagem, algo inesperado aconteceu, a sua bicicleta quebrou e não conseguia a peça de reposição e para agravar a situação chovia sem parar.
Foi então que ao sair de um Templo uma senhora lhe ofereceu um guarda-chuva e ele lhe disse:
_ Obrigado! Mas não me adiantará, pois já estou molhado e sujo.
A senhora parou e então perguntou:
_ Como posso ajudá-lo?
_ Se a senhora deseja mesmo me ajudar me indique alguém que possa consertar a minha bicicleta? Disse padre Zeca.
E ela então passou a telefonar freneticamente, até que lhe disse:
_ Vou levá-lo até um senhor que poderá consertar sua bicicleta.
Ela o levou de táxi apesar de seus protestos.
O velhinho disse:
_ A bicicleta só fica pronta amanhã, pode ser?
_ Sim! Mas eu só virei buscá-la na segunda, tudo bem? Perguntou padre Zeca.
_ Sim! Sim! Respondeu o velho japonês.
Depois a senhora levou padre Zeca a um hotel, onde ele finalmente pode colocar roupas limpas, o levou para jantar e depois o conduziu a estação de ônibus, onde ele pegou o ônibus e voltou a sua paróquia para a pregação do sábado.
Mas antes de partir padre Zeca fez uma pergunta especial àquela mulher:
_ Por que a senhora foi tão caridosa para comigo que estou tão sujo e molhado e lhe sou um estranho?
_ Eu sempre venho a este templo uma vez por ano e sempre busco ajudar um irmão como nos ensina o Budismo.
_ Mas eu nem sou budista. Disse padre Zeca.
_ Não importa, porque há sempre espaço no coração de Buda para todos, inclusive para você.
Padre Zeca ficou intrigado, pois aquela senhora havia sido o seu anjo, assim como Rafael foi o anjo de Tobias, os conceitos de fraternidade, caridade e amor estavam ali expressos em ações, e eram os mesmos pregados por Jesus.
De repente padre Zeca percebeu que o perfume do amor se fazia presente em todas as religiões, e que o nome do amor é Jesus e ao chegar à paróquia fez uma pregação sobre o dia do julgamento final e ao terminar disse:
_ Não é a religião que salva, mas sim a caridade, a fraternidade e o amor que deve existir em nossos corações sempre.
Achei a história linda e oportuna, espero que todos apreciem a beleza que há nela. Esta história me foi contada na noite de natal pelo próprio padre Zeca.
Um imenso abraço fraterno!