Conhecimento Humano I
Grosseiramente podemos definir conhecimento como o ato de “abstrair” ideias sobre um determinado tema ou assunto. Entretanto asseverar com segurança e total objetividade o seu significado, torna-se uma tarefa árdua e difícil. Levando em conta o elevado nível de abstração exigente para chegarmos ao veredicto. O conhecimento sob hipótese alguma está limitado a nossa percepção restrita dos aspectos científicos comumente usuais, tais como: descrições, suposições, conceitos, teorias, princípios, e métodos. Contudo para abordarmos este tema claramente é imprescindível a compreensão de algumas peculiaridades, sendo elas: o dado e a informação, uma vez que são agentes formadores do conhecimento e na sua ausência fica impossível atingi-lo ou até mesmo compreendê-lo na sua essência. Dado nada mais é do que informação “pura” na sua forma bruta, e pode ser decifrável ou não, citamos como exemplo um numeral inteiro ou decimal. Informação é a decodificação dos dados e só existe porque há a comunicação. O conhecimento é então a convergência destes dois fatores dado e informação. Sendo que a sua construção se dá no momento do acesso a informação por via da comunicação, a partir desta etapa há o processamento, a assimilação e a reflexão dos conteúdos; e o seu produto final é o conhecimento.
A construção do conhecimento humano é incessante e gradativa. Obedece a uma ordem cronológica linear, e através dos tempos teve inúmeras vertentes práticas filosóficas que embasaram e fomentaram o seu desenvolvimento. O conhecimento aflorou no seio da humanidade como um riacho, brotando das mentes fecundas de nossos ancestrais, que por força da eminente necessidade de sobrevivência, valeram-se das suas habilidades psíquicas para lograrem vantagem ante os perigos de um mundo selvagem. Um fator preponderante foi o acentuado desenvolvimento da comunicação, linguagem falada inicialmente. Possibilitando que fossem passadas as experiências de um indivíduo para outro e assim agindo conjuntamente exponencializando e socializando o conhecimento humano. A sedentarização do homem, com a chamada revolução agrícola também contribuiu de maneira significativa. Pois com uma fonte de alimentos segura, não dependíamos mais com a mesma frequência da natureza, aumentando também a segurança, com a aglomeração populacional tornava-se mais difícil o ataque de animais predadores. Ocasionando um significativo aumento na interação entre as pessoas bem como maior disponibilidade de tempo para aprimorar, transmitir e prosperar as diferentes técnicas.
As entranhas e caminhos pelo qual passou o conhecimento, até chegar ao Mundo Contemporâneo são bastante complexos, e impossíveis de serem refeitos sob o ponto de vista atual. As interações do mosaico cultural, em que a humanidade sempre esteve inserida fazem com que o conhecimento não seja privilégio e nem autoria de uma única cultura ou civilização. E sim uma obra inacabada e conjunta, que conta com a participação de todos os povos e culturas da Terra. A soma da experiência acumulada pela Humanidade desde a pré-história conhecida, até a coevidade atual pode-se chamar de Conhecimento Humano. Ele é expansível, sofre mudanças e agregações a todo o momento. O conhecimento não é imutável, pois teorias e paradigmas são revistos, repensados e realinhados sob a ótica dos avanços e descobertas científicas da atualidade.
O conhecimento emana das inquietações do pensamento, do questionamento sobre nossa existência e da ânsia do saber, circunscrito na fértil mente humana.