RELÁTORIO DA VISITA AO SITIO PRATIQUARA NOS DIAS 27 E 28/NOVEMBRO DE 2010.
O Estágio Supervisionado em caráter obrigatório tem como finalidade expor o acadêmico em contato com a prática, afim de que, este possa fazer comparações e responder questões entre a teoria e a prática, assim, este trabalho foi realizado no Sítio Pratiquara localizado na Ilha de Mosqueiro, sendo este um empreendimento privado de propriedade do Sr Nonato.
As visitas técnicas ao Sitio Pratiquara ocorreram em um de semana envolvendo o sábado e o domingo, no qual, o grupo de acadêmicos vestido de acordo com trabalho a ser implementado seguiu para a Ilha de Mosqueiro bem cedinho para que, aproximadamente, às 08:00hrs, todos já estivessem no Porto Pelé para tomarem a embarcação que os levariam até o Sitio do Sr Nonato.
O objetivo deste trabalho que conta como Estágio para os acadêmicos da Faculdade de Belém – FABEL é implantar uma trilha no Sítio Pratiquara, afim de, valorizar o LOCAL como um produto turístico já comercializado, dentro do seguimento de Ecoturismo, promover a Educação Ambiental entre a população local, os visitantes de forma a preservar belezas da fauna e flora amazônica na Ilha do Mosqueiro,em outras palavras, é incrementar uma trilha já existente, melhorá-la e adequá-la para que venha a ser utilizada como trilha de aventura pelos visitantes do sítio nos finais de semana, momento, em que o empreendedor recebe muitos turistas, ou seja, a demanda de visitantes é sempre maior.
O grupo de acadêmicos se propôs fazer o levantamento de uma trilha no Sitio Pratiquara, a fim de identificar principais atrativos da flora, marcá-los, para que no futuro sejam colocadas placas de sinalização indicando o nome das principais espécies e até mesmo para servir de marcação para a facilidade de acesso ao caminho.
Esta trilha no sitio será mais um produto a ser ofertado para os turistas que visitam o espaço, visto que, este local prima pela preservação e conservação num espaço de natureza, fortalecendo o ecoturismo na Ilha de Mosqueiro, haja vista, que o proprietário emprega pessoas da própria comunidade, assim, Patrícia Costa (2002, p.31) relata que “é uma atividade econômica; promove o uso sustentável dos recursos; busca conscientização ambiental; envolve as populações locais.”
Ao se pensar no manejo de uma trilha em uma área natural devem-se levar em conta todos os graus de impactos que irão ser causados e quanto menos impactar melhor será, haja vista, que “a idéia desenvolvimento sustentável ou, mais simplesmente, de sustentabilidade, nos remete a capacidade de progredir sem agressão” (COSTA, PATRICIA 2002, p. 63).
Dessa forma observando parâmetros de sustentabilidade a equipe elaborou um esboço das ações a serem tomadas na nova trilha do Sítio Pratiquara:
Pensou-se em construir na entrada principal da trilha um tapiri, espécie de construção coberta de palha, aberta nas laterais, com bancos simples no entorno para pequenas reuniões e conversas entre os visitantes.
Este primeiro momento do trabalho foi de reconhecimento da área fazendo-se “o levantamento preliminar de possíveis temáticas e o contato com o reconhecimento tradicional local”. (ESPÍRITO SANTO, Ariadne Peres). E após se pensar no portal de entrada da trilha partiu-se de fato para o levantamento das espécies da flora da região, procurando sinalizá-las, nomeando-as e marcando-as com um pedaço de plástico que no dia seguinte seria substituído por uma fita de cor marcante de melhor qualidade.
Ao se planejar uma trilha devem-se pontuar seus atrativos a fim de que se possa estimular a curiosidade dos visitantes, explorando interpretações ambientais e culturais, aumentando assim a qualidade da experiência da visitação, “Cabe, desta forma, ao planejador de trilhas interpretativas despertar a curiosidade do vi-sitante sobre os recursos naturais e culturais existentes nas áreas silvestres”.( Teresa Cristina Magro e Valéria Maradei Freixêdas, 1998).
Partiu-se para o levantamento das espécies mais relevantes, juntamente com a tomada do ângulo e a medida do espaço, cada ponto com sua devida numeração, utilizaram-se fitas de cores fortes que aceitasse escrita, então dessa forma numerou-se e identificou-se 21 pontos, não podendo prosseguir por causa do aparecimento de uma cobra Caninana, (28/11/2010) preta e amarela de mais ou metros 2 metros de comprimento por 8 cm de diâmetro, porém relata-se as espécies identificadas abaixo:
1. MUMBACA: palmeira cuja semente é utilizada para fazer artesanatos possui um caule cheio de espinhos, os quais chamam a atenção das pessoas.
2. PAXIÚBA: árvore que possui raízes expostas, os indígenas aproveitavam tais raízes para que elas servissem de ralo, é a famosa planta “andadeira”, cujo destaque principal fica por conta de suas raízes.
3. INAJÁ: espécie de palmeira.
4. CIPÓ D’ ÁGUA: serve para retirar água para sobrevivência na mata.
5. PARICÁ: serve para utilizar como madeira.
6. SUCUPIRA: madeira de lei, serve para fabricação de móveis e uso medicinal, ou seja, serve para artrite.
7. CUPIÚBA.
8. FORMIGA TUCANDEIRA: possui um tamanho considerável e sua ferrada gera 24 horas de dor.
9. ACAPURANA: acapu falso, não verdadeiro.
10. PARICA: madeira.
11. GUARUMÃ DO MATO: é uma planta pequena que possui coloração branca e verde, considerada muito interessante pela equipe.
12. UCUÚBA: árvore cuja semente antigamente se usava na utilização e/ou fabricação de vela por ser inflamável.
13. ANDIROBA: Planta medicinal, não se questiona seus efeitos que são conhecidos em toda região Norte.
14. ARARA FOFA: utilizada para fazer jangada por ser uma madeira leve. (Neste ponto se está no meio da trilha principal, começam a parecer os caminhos alternativos)
15. BUÇÚ: espécie de palmeira que serve para coberturas de malocas. Observou-se que neste ponto começa a primeira intercessão e que a natureza se incumbiu de colocar dois pés de Buçús um ao lado do outro, formando assim, o Portal do Buçú.
16. SERINGUEIRA: Planta de amplo conhecimento nacional de grande relevância para a Amazônia, onde nos áureos tempos da borracha, era extraído o látex, o que, provocou enorme desenvolvimento do estado.
17. CAMINHO DO GUARUMÃ: atribuiu-se esta denominação a este caminho por causa dos vários pés da espécie no decorrer do trajeto que leva até o rio, onde será construído o futuro porto para o passeio de canoas. Foram sinalizados:
a) CIPÓ D’ ÁGUA a esquerda.
b) VIROLA à direita.
c) SERINGUEIRA à frente.
d) INAJÁ à esquerda.
e) MAMORANA caída atravessando o rio (devido ao difícil acesso não foi colocado a fita vermelha nesta espécie).
18. PAXIÚBA: espécie de palmeira já citada no item dois.
19. CIPÓ TITICA: espécie de cipó entrelaçado em uma pequena árvore.
20. ENTRADA PARA A SEGUNDA INTERCESSÃO: neste local pretende-se implantar a Trilha da Aventura, é um local um tanto íngreme, por causa de muitas raízes expostas, sofre influência de marés, portanto, é um local alagado, habitat natural de pequenos caranguejos e outras espécies peçonhentas.
a) PITAÍ: madeira de fazer remo e cabo de ferramentas.
A 15 metros para frente desta árvore estava a cobra Caninana identificou-se a sua coloração preta e amarela, espessura de 8cm e dois metros de comprimento aproximadamente, o Edemir estava na frente fazendo o papel do mateiro e esteve a menos de um passo do animal peçonhento, com muita propriedade e segurança o acadêmico deu um pulo para trás de mais ou menos 1,5 avisando verbalmente do animal no meio do caminho obstruindo a passagem.
Neste dia foi impossível voltar para concluir a marcação das espécies, porém, no dia anterior chegou-se até o Rio São Francisco onde foi comentado que poderia ser feita uma ponte de corda ou mesmo madeira bruta com troncos de árvores, que seria um atrativo a mais de aventura para a trilha de mesmo nome.
Outras espécies vegetais foram vislumbradas no ato da marcação da trilha, no dia anterior ao aparecimento do réptil são elas:
INVIRA: serve para fazer corada da casca e madeira também aproveitada.
AÇAIRANA: açaí falso.
ARATACIÚ: planta que se retira o perfume para fazer o cheiro do Pará.
FAVEIRA: medicinal serve para coceira na pele.
SOROROCA: folha parecida com a da Bananeira que é colocada sobre as mesas do restaurante do sítio para servirem como toalha ou adorno.
PITAÍCA: serve para fazer remo e artesanato.
PRACUÚBA: frondosa árvore que é utilizada como madeira de lei na fabricação de móveis.
CAJUÍ:
ABACABA:
CASTANHEIRA:
UXIZEIRO:
CUPUAÇÚZEIRO:
TUCUMANZEIRO:
As trilhas atuam como uma ferramenta capaz de levar o homem ao encontro com natureza vivenciá-la, transformando-se a si mesmo, assimilando um processo lento e continuo de Educação Ambiental, reaprendendo a preservar e a conservar o meio ambiente, valorizando fauna e flora, o que se reflete na fala de GUILLAUMON (1977) que relata que trilha é “um percurso em um sitio natural que consegue promover um contato mais estreito entre o homem e a natureza”.
O crescimento do ecoturismo no Estado do Pará provoca a necessidade de levar ao conhecimento da sociedade a importância de conservar o meio ambiente, pois a mesma vem se envolvendo com a questão ambiental e precisa conhecer também um pouco mais sobre a atividade ecoturística. (CAMPOS, Mariano Ângelo; FERREIRA, Antônio Eduardo).
REFERENCIAS:
http://www.colegioweb.com.br/geografia/sitio-pratiquara.html
CAMPOS, Ângelo Mariano; FERREIRA, Eduardo Antonio. Trilha Interpretativa: busca por conservação ambiental. Artigo Publicado no Caderno Virtual de Turismo. Belém, 2006. Disponível em:< http:// www.ivt.coppe.ufrj.br/caderno/ojs/include/getdoc.php?id=913...pdf>. Acesso em: 01/06/2010.
COSTA, Patrícia. Coleção ABC do turismo: Ecoturismo. 1º Ed. São Paulo: Aleph, 2002.
ESPÍRITO SANTO, Ariadne Peres. Trilhas ecológicas interpretativas. Disponível em:<http://www.ufpa.br/npadc/gpeea/artigostext/trilhas.pdf>. Acesso em: 02/06/2010.
MAGRO; FREIXÊDAS. Trilhas: Como Facilitar a Seleção de Pontos Interpretativos. Disponível em:< http://www.infotrilhas.com/Downloads/trilha.pdf>. Acesso em: 28/11/2010.
GUILLAUMON 1977 (Apostila organizada Professora Socorro Almeida).