Historieta - Só amando (Capitulo I)...
Ana Clara levantou cedo e foi para o serviço, onde fazia questão de cumprimentar a todos, do porteiro ao chefe de sua seção.
Em seu trabalho ela achou algo mais que serviço, ela encontrou alguém para amar: José! Apesar dela ainda não saber disso!
Todos já haviam percebido o seu encantamento por José menos ela e ele.
Em casa a conversa a mesa tinha um tema central: José!
_ Mãe, ele é educado, gentil, doce, alegre, apesar de ter os olhos mais tristes que eu já vi. Disse Ana Clara.
_ Ah! Ana Clara você está apaixonada! Dizia sua mãe – mulher gabaritada pelo tempo.
_ Que isso mãe! Eu só o acho uma ótima pessoa, imagina se uma pessoa maravilhosa e linda dessas poderia olhar para mim. Disse Ana Clara quase que automaticamente.
Depois ficou rubra de vergonha, mas sua mãe fez de conta que nem ouviu.
Ana ajuntou a louça, limpou a pia e foi para o quarto pensar um pouco.
As palavras de sua mãe ecoavam em sua mente e ela repetia para si mesma:
_ Imagine! Eu apaixonada! Que isso... Será? Oh! Meu Deus socorra meu coração e me permita dormir um bom sono.
Dona Júlia que era mãe viúva de duas moças preocupava-se com Ana Clara porque era muito sensível e com Cláudia porque era muito alegre.
A situação financeira da família era estável, ela tinha uma pensão gorda que lhe permitia manter a casa e Ana Clara colaborava não lhe dando despesas.
Claudia era a filha que mais lhe preocupava, porque vivia a gastar, não tinha interesse na faculdade que fazia, tudo era para ela uma festa, tinha um namorado que não gostava de trabalhar e vivia as custas do pai rico que possuía.
Ana acordou cedo, levantou e encontrou a mãe na cozinha com cara de poucos amigos, pois Claudia não havia voltado e no meio da noite ligou dizendo que iria dormir na casa de uma amiga e antes que dona Júlia respondesse algo desligou.
_ O que a senhora vai fazer?
_ A hora que ela voltar ela vai ver! Disse dona Júlia.
_ Não fique tão nervosa mamãe, isso não é bom! Deixe que mais tarde eu converso com ela. Disse Ana Clara abraçando a mãe.
_ Vá com Deus Clarinha! E bom serviço.
_ Obrigada mamãe!
Ana Clara chegou ao serviço e estava com uma feição de preocupação, apesar da doçura com que tratava a todos.
Logo José se apresentou a sua mesa e perguntou:
_ O que há com você Aninha?
_ Problemas em casa. Respondeu ela sorrindo.
_ Posso ajudar?
_ Só se você tiver um pouco de juízo para vender?
_ Sempre achei você tão ajuizada, pra que quer mais juízo?
_ Não é pra mim! É pra minha irmã!
_ Ah! Que pena! Mas se você achar alguém que venda pode me falar, porque eu também vou querer um pouquinho ou quem sabe muito. Bom dia e bom serviço! Disse José ao se afastar da mesa de Aninha como era chamada no serviço.
_ Obrigada! Disse Ana Clara com o coração batendo forte.
Embalada pela emoção daquela sincera preocupação Ana Clara recebeu novo ânimo para trabalhar.
Continua...