O RELACIONAMENTO
Você conhece uma pessoa, o papo rola logo de cara e temos tantos assuntos que a impressão é que nos conhecemos há séculos.
Começamos a nos aproximarmos cada dia mais o papo é leve livre sem preconceitos e aparentemente sem mentiras... Sem omissões, afinal, se estamos nos conhecendo e gostando um do outro não precisamos mascaras.
O tempo vai passando e relação cada dia mais gostossa, você não vê à hora de encontrá-lo os minutos que estamos distantes parecem que não andam e quando enfim chega à hora do encontro mais nada existe.
Que sensação maravilhosa, parece que o sentimento irá explodir nosso coração.
E temos tantas coisas em comum, enfim encontramos nosso par perfeito!
Resolvemos então dividirmos nosso dia a dia nossas 24 hs. Juntos, lutaremos para termos nosso lar, uma vida melhor mais tranqüila.
Acreditamos mesmo nesse conto de fadas e recomeçamos uma vida a dois.
Em nosso pensamento não somos dois somos um, resolvemos os problemas juntos, trabalhamos, pagamos as contas juntas, enfim dividimos tudo...
Mas com o passar do tempo caímos na real: infelizmente descobrimos que na realidade dividimos foi literalmente nossas vidas, quando conseguimos enxergar a nossa “perfeita” relação. Temos a certeza que o que dividimos?
Nossas opiniões, pois com o passar do tempo a nossa opinião vira motivo de discussão e não o inicio de argumentos para chegarmos ao ponto comum, um acerto. Não a opinião é o ponto de partida para discussões que ofendem e machucam nossa alma.
Em uma séria discussão você ouve exatamente o que ele pensa de você.
Descobrimos que toda sua luta não valeu de nada, pois ele considera somente o que ele fez tem peso de ouro, descobre que tudo que tentou fazer para ajudar (e pior: achando que estavam em comum acordo) ele lhe fala que você só puxou para baixo.
Que de você ele não precisa nada, afinal, nunca faz ou fez ou alguma coisa.
É nessa hora que temos obrigação de respirar fundo, ficarmos bem caladinha, pois ai sim ele está se mostrando sem mascara, como é na real, descobrimos que esse “monstro” com certeza não é a pessoa que se apaixonou e resolveu dividir sua vida, fica sem saber o que fazer.
Afinal ele te conhece muito bem, pois nunca usou mascara, concordou com alguma coisa que você não achasse certo, enfim, ele conhece seus pontos fortes e fracos.
E você o conhece?
Com certeza não.
Pois ele é esse que está colocando pra “fora” o que acha de você, e se nesse momento prestar bem atenção, esquecendo um pouco sua raiva, notará que todos os piores sentimentos que garante que você possui são dele, e que nesse momento se aflorou com tanta intensidade que nunca mais ele conseguirá esconde-los.
Mas ai vem a duvida: e ai, como conseguir conviver com essa pessoa completamente estranha para você? O castelo de areia de desmoronou, e para variar você vai se culpar.
Eu lhe garanto você não tem culpa, e se tiver, é muito pequena, foi se deixar enganar pela pessoa que ele se apresentou e você muito burra se apaixonou, acreditando que tinha encontrado alguém diferente especial.
É ele é mesmo especial, pois é egoísta, acredita que tem o poder e quer tapete vermelho para ele entrar, pisar que seja você, pois ele é o máximo do máximo, e você? Ah! Você... Quem é você mesmo?
Ah! Lembrei! Você é apenas uma mulher que um dia pensou que tinha encontrado o par perfeito, o par certo.
Agora tem que engolir para continuar vivendo na mesma casa, pois assim que vira, em comum apenas a cama, pois cada dia vai se colocando um tijolinho (as ofensas, humilhações, raiva, etc. e tal) que em breve se transforma em um muro intransponível. Onde cada um tem sua vida própria, pois o desejo de uma vida a dois se partiu, não há mais cumplicidade, harmonia, vontade de ficar juntinhos, a vida vai nos levando...
Ou simplesmente dá um grito de liberdade e vive a vida sozinha, mas do seu modo, não precisa mais fingir que acredita no outro para não haver discussões. Afinal tem capacidade, antes de conhecê-lo sempre viveu com suas próprias pernas e idéias e tenho certeza que bem melhor.
A escolha é sua!
Sempre em nossas vidas nos deparamos com bifurcações, temos que fazer a opção de qual caminho seguirmos, sempre na certeza que mesmo que errarmos... Poderemos escolher outro caminho...
Um dia acertamos.
Autora: Cyda Ferraz