O TRABALHO NA CONSTRUÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA

          Nossa visão de trabalho foi construída por milhares de anos de uma relação de poder, em que uma maioria trabalhava na forma máxima de exploração, para usufruto da minoria dominante, tendo-se o cuidado de impedir a transição entre as classes. Ainda hoje conservamos um forte ranço escravagista em nossas relações de trabalho. Permitindo que nossa visão abranja o mundo observamos que a grande massa trabalha - a maior parte em condições insalubres e indignas – para manter ricos e poderosos uma minoria mundial, que não respeita, não só a dignidade humana, mas os próprios recursos naturais do planeta em que vivemos.

        Bahá’u’lláh, o Sábio Persa, diz que “A terra é um só país, e a humanidade os seus cidadãos” e nos conclama a “ter uma visão que abranja o mundo, e que não nos mantenha confinados a nós próprios”. Diante dos novos paradigmas de que a Terra é o planeta-lar de todos os seres vivos, e de que todos temos o direito dele se orgulhar, e de usufruir de suas riquezas, tendo em contrapartida de protegê-lo e conservá-lo, uma nova visão do que é trabalho começa a ser construída, uma que devolva ao trabalhador o orgulho de constatar que o seu trabalho beneficia toda a humanidade e coloca em suas mãos seu destino individual e coletivo.      

           Para que isso aconteça uma nova legislação, tanto nacional quanto internacional urge, que corrija as injustiças sociais hoje praticadas, reforma agrária com uma discussão a respeito do destino dado as terras. Diante de um planeta faminto até quando cultivaremos apenas a riqueza de poucos? Divisão do lucro entre operários, comerciários e trabalhadores rurais, o respeito aos povos das florestas de quem muito temos que aprender sob diversos aspectos, a igualdade de oportunidade para homens e mulheres, uma educação universal voltada para o enobrecimento de todos os seres. Apropriando-nos do nosso planeta, alargando nossa visão, recuperando a dignidade humana, o trabalhador poderá ter orgulho e prazer de trabalhar e viver neste globo pulsante.