Na Trilha do Futuro
E agora? Que caminho pegar? Viro à esquerda, depois à direita e sigo reto. Não, não. Primeiro à direita, depois em frente e para a esquerda. Não quero pegar o caminho errado e ter que voltar tudo. Céus! As indicações estão um tanto apagadas.
Não, não estou debruçada em cima de um mapa tentando montar um roteiro de viagem. Aliás, se fosse esta a questão, seria bem simples, pois qualquer rota seria perfeita para fugir da decisão que me cabe. Contudo, não posso escapar. Ninguém pode fugir do futuro, e enfrentá-lo sem planejamento pode ser desastroso.
A vida era fácil quando seus grandes dilemas estavam em decidir que roupa vestir ou qual o melhor jogo para ocupar a tarde. Todavia, a cada dia que passa, as experiências nos fazem aprender e evoluir. E o prêmio pela evolução, paradoxalmente, consiste no aumento das responsabilidades e desafios, para que possamos evoluir ainda mais. E existem situações em que a carga de atividades e decisões aumenta tanto, que o futuro parece bater insistentemente na porta, pedindo para que nos apressemos.
O futuro não se importa se sabemos quem somos ou o que queremos. Ele apenas chega, trazendo consigo um rol de novidades. Para nós, errantes no terreno da vida, resta nos adaptarmos, lutarmos pela sobrevivência num mundo inconstante e por vezes hostil.
Escolhas. Enigmas. Sonhos. Inconstâncias. Um "eu" perdido em meio às dúvidas. Parece inexistir uma balança capaz de pesar todos esses elementos e fornecer-nos o tão sonhado equilíbrio. E o futuro, travesso, ora parece torcer para que sejamos vencedores e alcancemos nossos objetivos, ora se mostra interessado em nosso fracasso, oferecendo situações que aumentam a sensação de que "tudo vai dar errado". Pode parecer uma frase cruel, mas há certas coisas que precisamos aprender por nós mesmos. Só assim seremos capazes de enfrentar o futuro.
Nesse mundo de incertezas, uma coisa ainda é certa: o futuro virá. Ele espera cada um de nós na próxima esquina, ou na outra. As perspectivas de alguns podem ser ruins, alertando-nos para os problemas deixados pelas gerações anteriores e para os que nossa própria geração vem causando. Outros, por sua vez, podem ter visões mais otimistas, lembrando das formas alternativas de viver que estão sendo propostas e se apegando à ideia de que ainda há esperança para o mundo.
No fundo, porém, não importa o que está por vir. O futuro nos molda, de certa forma, mas somos nós que precisamos ter a determinação para moldar o futuro. Não esperar demais das coisas, porém não ficar de braços cruzados, achando que nada vale a pena. Não esnobar a ideia de planejamento, mas também não se apegar demais a ideias que podem vir a ser mudadas. Para aqueles que estão preparados para tudo, o futuro que os espera se torna um mundo de possibilidades. Então, que sejamos capazes de agarrar esse momento de ouro.