Revelar-se
Brincar com palavras pode ser algo revelador. Foi revelando que Freud fez psicanálise e dela uma prática.
Se fazer psicanálise é algo revelador pode ser que o que se descubra nessa prática não seja lá tão gostoso já que revela - a - dor.
E aí nessa brincadeira de palavras, submetido à esta prática, vejo que se busca nessa revelação algo de uma ordem re - velar - a- dor - a, como se ao nominar este algo que não se sabia, fosse necessário re-vivê-lo, vigiá-lo e protegê-lo novamente, sob a condição de Tê-lo entregue à alguém que tão somente se empresta para tal.
Emprestado dessa forma, aí nesse lugar vazio, que aos poucos vai ganhando nome, e a partir do nome, um sentido, um para quê, esse alguém que recebe a revelação não pode ficar com ela, pois sabe - ela não lhe pertence.
O que fazer agora? O que descobriu-se precisa ser dado à alguém. É hora pois, de rever- lá - se algo pode ser feito com essa descoberta. E assim pô-lo em prática.
Se fazer psicanálise é algo revelador , é - em analogia - tornar algo que era obscurecido em forma de negativo em uma imagem clara, trazendo às vistas o colorido de uma foto que revela o colorido de uma vida.
Sendo assim colocar essa foto às claras e expô-la ao mundo pode ser algo arriscado.
Sim! Arriscado...
Mas não necessariamente perigoso. É um outro tipo de risco, até gostoso...de revelar-se, ou dito de forma bem psicanalítica:
Implique-se.