Preciosidade cronológica
Num mundo em que tempo é sinônimo de dinheiro, desperdiçá-lo frente à televisão acarreta numa gradativa perda do poder financeiro e aquisitivo, culminando em colapsos nas bolsas de valores pela falta de mercado consumido.
Cultura, teoricamente, significa conjunto de conhecimentos. A palavra “conjunto”, em suma, depende da pluralidade das informações, desde os tititis dos famosos até os noticiários do globo, provindos de diversas fontes. Assistir a uma boa telenovela também influi na arquitetura cultural da sociedade, porém, a voracidade nas relações interpessoais faz com que a perda do tempo, precioso capital, tenha conseqüências, na maioria das vezes, irreversíveis.
Numa sociedade em que o capitalismo é o gestor, e por isso, dita as regras da sobrevivência, a ganância do ser humano por sua obtenção, o faz adotar medidas, muitas vezes, alienadas, desde burlar princípios e valores morais até trabalhar, exaustivamente, às 24 horas do dia, fazendo-o não parar.
Perder horas e horas destinadas a um programa de televisão, segundo alguns, é coisa de “gente rica”, mas, não é o que se observa. São esses, em grande maioria, os mais ambiciosos que, despreocupadamente, atropelam outras pessoas por um status superior na empresa, um aumento no salário. A segregação sócio-econômica gerada a partir das relações intercapitais, faz com que a perda de tempo seja marcante na casta dos desfavorecidos financeiramente, pois, grande parte, é acometida pela comodidade do desemprego, perdendo o lucrativo tempo com programas alienantes, como a telenovela.
Em cada passo que se dá, o meio está rodeado por fatores que influem na personalização da cultura, sendo este o meio mais lucrativo e revigorante, diferentemente, da telenovela, ocioso e pouco produtivo.