Absinto preto e branco
Desnudo ruas antigas, saudade permitidas
no semi escuro das ruas eu vejo,
o romantismo a sombra de obeliscos,
e nas madrugadas em bocas amargas,
ressacas de noites perdidas em longas conversas.
É preciso definir o labirinto de cravos e absintos,
onde e quando ficou lá atrás a juventude,
onde a fumaça do ultimo cigarro descortinou a manhã,
e derrotada foi a ãnsia de começar outra aventura.
Sentado, alí em algum meio fio, logo depois dos apitos
em alvorada, éramos amigos, veredas e estradas,
éramos orvalhos nascidos, testemunhos da vida,
uns saudosos meninos apenas, conscientes e insanos
guardadores do tempo, que hoje não importa o profano,
apenas o que nos chega ao vento, que nos seja a paz
e o lenimento das dores que a saudade inevitavelmente
nos traria um dia. A dor mesmo que a da saudade é passageira.