Quem sou eu?
Se nos definir fosse tarefa fácil, Michel Foucault não teria escrito o seguinte questionamento: "Quem somos nós?".
Mas no que me tange, posso dizer: sou várias. Cada ser que habita em mim, ora me leva a caminhos doces e suaves, ora a caminhos sangrentos e árduos. E a cada novo dia, descubro que posso ser melhor do que fui e pior do que sou. Opto pelo que faz meu coração pular, meu cérebro desvanecer e minha alma voar.
É estranho perceber que, as pessoas ainda preferem ouvir mentiras convincentes a verdades aparentemente contestáveis. É triste saber que, estas mesmas pessoas optam pela coisa e/ou pessoa socialmente aceito(a) e confortavelmente agradável. E, depois de longos e tristes anos percebem que fora um erro se habituar com o que incomodava. E, mesmo assim, não possuem forças para arrancar as correntes da vida miserável que vivem.
Por fim, faz-se necessário mencionar que, a cada anoitecer descubro: como sou uma mulher com qualidades sutis e defeitos torpes, assombro até os ditos homens balzaquianos.
E por tudo isso - por preferir pessoas doces, sonhadoras e livres de espírito - ando cada vez mais só, sozinha e perdida no labirinto do meu imenso ser.