A ISABELA E AS FERAS
Em fim, o desfecho do caso Isabela Nardone deixa a população com uma
sensação de que ainda se pode confiar na justiça Brasileira ao menos quando o
sensacionalismo da mídia se coloca à disposição da expectativa daqueles que
sonham com uma justiça que faça jus aos preceitos estabelecidos em nossa carta
magna.
É certo que a condenação anunciada com tanta veemência pelo juiz Mauricio
Fossem não trará de volta a dona daquele sorriso inocente que na noite de 22 de
março fora calada com requintes de crueldades e pelas pessoas que deveriam
amá-la e protege-la. Contudo, já é suficiente para que a indignação de milhões de
Brasileiros seja amenizada enquanto buscam entender os motivos que levaram à
morte daquela criança.
É interessante observar que, os assassinos de Isabela não foram
submetidos a nenhum tipo de avaliação psiquiátrica nem tampouco a defesa
sustentou a tese de que as “feras” sofriam de algum tipo de distúrbio psicológico.
Teria, mesmo, o ciúme doentio, levado o casal a matar a própria filha? Esta é
uma pergunta muito difícil de ser respondida. A razão, a lógica dos fatos, não é
capaz de esclarecer tamanha barbárie. Apesar da condenação dos acusados não
posso acreditar que, por ciúmes, um pai seria capaz assassinar ou ser cúmplice da
morte da própria filha.
Se o coração das pessoas é terra que ninguém vê, o que poderíamos dizer sobre os
mistérios obscuros da mente humana? Da loucura que se faz contida por uma
aparente normalidade que num repente explode e arrebenta os limites da nossa
compreensão?
Todos os dias milhares de pessoas são mortas, e, por motivos quase
sempre inimagináveis. A tendência do ser humano em sensibilizar-se diante de um
ato de crueldade cometido contra uma criança o impede de enxergar que tais
agressores são muitas vezes oriundos da desestruturação familiar e cultural que se
arrastam em nossas sarjetas enquanto viramos o rosto para a solidariedade e
pedimos mais repressão à insanidade humana sem nos importarmos com suas
razões.
Parabéns à justiça Brasileira, ao digníssimo senhor promotor Sembranele
que diante da repercussão do caso “Isabela Nardone” virou celebridade reconhecida
até mesmo no exterior. Parabéns àqueles que puderam comemorar a condenação
das “feras” sob os acordes da musica “Tema da Vitória”, mas, o que os
legisladores, a sociedade tem feito para mudar a cara da violência em nosso país?
Na antiguidade, já dizia o grande filosofo grego (Pitágoras): “educais as
crianças e não será preciso punir os homens”. A falta de investimentos destinados à
educação, às causas sociais faz com que a justiça siga a passos lentos tratando
apenas os sintomas da violência embora se conheça a sua causa.
É preciso punir com rigor a marginalidade, o crime seja ele qual for, mas, é
igualmente importante considerar a necessidade de ações que tenham como foco o
equilíbrio e a humanização das pessoas de forma que, o rigor da lei se transforme
em mero mecanismo de orientação dos bons costumes.
Embora a justiça seja cega não devemos seguir de olhos vendados rumo ao
paredão das incertezas sociais esperando sermos fuzilados pelas armas
destinadas à repressão da marginalidade quando o certo seria investir em projetos
sociais e culturais objetivando a recuperação dos marginalizados e a consequente
construção de uma sociedade mais pacífica.
(Teodoropoeta)
Em fim, o desfecho do caso Isabela Nardone deixa a população com uma
sensação de que ainda se pode confiar na justiça Brasileira ao menos quando o
sensacionalismo da mídia se coloca à disposição da expectativa daqueles que
sonham com uma justiça que faça jus aos preceitos estabelecidos em nossa carta
magna.
É certo que a condenação anunciada com tanta veemência pelo juiz Mauricio
Fossem não trará de volta a dona daquele sorriso inocente que na noite de 22 de
março fora calada com requintes de crueldades e pelas pessoas que deveriam
amá-la e protege-la. Contudo, já é suficiente para que a indignação de milhões de
Brasileiros seja amenizada enquanto buscam entender os motivos que levaram à
morte daquela criança.
É interessante observar que, os assassinos de Isabela não foram
submetidos a nenhum tipo de avaliação psiquiátrica nem tampouco a defesa
sustentou a tese de que as “feras” sofriam de algum tipo de distúrbio psicológico.
Teria, mesmo, o ciúme doentio, levado o casal a matar a própria filha? Esta é
uma pergunta muito difícil de ser respondida. A razão, a lógica dos fatos, não é
capaz de esclarecer tamanha barbárie. Apesar da condenação dos acusados não
posso acreditar que, por ciúmes, um pai seria capaz assassinar ou ser cúmplice da
morte da própria filha.
Se o coração das pessoas é terra que ninguém vê, o que poderíamos dizer sobre os
mistérios obscuros da mente humana? Da loucura que se faz contida por uma
aparente normalidade que num repente explode e arrebenta os limites da nossa
compreensão?
Todos os dias milhares de pessoas são mortas, e, por motivos quase
sempre inimagináveis. A tendência do ser humano em sensibilizar-se diante de um
ato de crueldade cometido contra uma criança o impede de enxergar que tais
agressores são muitas vezes oriundos da desestruturação familiar e cultural que se
arrastam em nossas sarjetas enquanto viramos o rosto para a solidariedade e
pedimos mais repressão à insanidade humana sem nos importarmos com suas
razões.
Parabéns à justiça Brasileira, ao digníssimo senhor promotor Sembranele
que diante da repercussão do caso “Isabela Nardone” virou celebridade reconhecida
até mesmo no exterior. Parabéns àqueles que puderam comemorar a condenação
das “feras” sob os acordes da musica “Tema da Vitória”, mas, o que os
legisladores, a sociedade tem feito para mudar a cara da violência em nosso país?
Na antiguidade, já dizia o grande filosofo grego (Pitágoras): “educais as
crianças e não será preciso punir os homens”. A falta de investimentos destinados à
educação, às causas sociais faz com que a justiça siga a passos lentos tratando
apenas os sintomas da violência embora se conheça a sua causa.
É preciso punir com rigor a marginalidade, o crime seja ele qual for, mas, é
igualmente importante considerar a necessidade de ações que tenham como foco o
equilíbrio e a humanização das pessoas de forma que, o rigor da lei se transforme
em mero mecanismo de orientação dos bons costumes.
Embora a justiça seja cega não devemos seguir de olhos vendados rumo ao
paredão das incertezas sociais esperando sermos fuzilados pelas armas
destinadas à repressão da marginalidade quando o certo seria investir em projetos
sociais e culturais objetivando a recuperação dos marginalizados e a consequente
construção de uma sociedade mais pacífica.
(Teodoropoeta)