A felicidade ilusória de uma juventude aparente
Ao longo dos anos, os padrões de beleza vêm mudando de acordo com os valores sociais e culturais de sua época. No século XVI, as mulheres chegavam a tomar banhos de leite para ficarem com a pele mais clara e eram “cheinhas”, o tempo foi passando e hoje o belo é ser jovem, bronzeado e magro.
A evolução da estética caminha lado a lado com a elite da alta sociedade. No século XVI a beleza era branca para que os nobres não fossem confundidos com camponeses expostos ao Sol, e rechonchuda para passar a impressão de que na casa do “cheinho” a mesa era farta.
É fácil provar como isso não mudou, os padrões de beleza atuais são europeus e norte-americanos (a sociedade desenvolvida) e nesses lugares a maioria das pessoas trabalham em ambientes fechados, assim só os ricos podem desfrutar um Sol tropical em alguma praia paradisíaca ou então pagar um bronzeamento artificial.
Quando pensamos que os padrões de beleza seguiriam modelos mais sensatos e menos elitistas, nos enganamos. Aparentemente estamos indo bem acreditando que a saúde seja o mais novo conceito de beleza, uma pele saudável e avivada pelo Sol, um corpo magro sem gorduras e com tudo em cima e um cabelo brilhoso e bem cuidado. E o que mais tem se adequado a este novo conceito é ser jovem.
Então se pensa que, sendo jovem, se é saudável e sendo saudável se é bonito. Tudo isso traz na verdade uma sensação de felicidade ilusória, já que por mais que a medicina se esforce não há como deixar de envelhecer e também pelo fato de tudo que fazemos pela aparente juventude ser apenas uma forma de manter a sociedade capitalista e consumista de pé.
E nenhum esforço adianta realmente. Não há nada mais bonito que ver alguém que tenha uma aparência de acordo com seus pensamentos, evoluídos através do tempo, ou ainda esperançosos como os de crianças.