QUANTO MAIS, MENOS!...

Hoje à tarde precisei sair para o cinza da minha cidade, o tempo estava de chuva!...

Fazia planos de andar sem rumo certo para espairecer e, já por algumas semanas, vinha pensando nisso.

Aproveitei para dar uma volta e andar um pouco a pé pela Paulista, já que me sobrava tempo.

Eu não estava bem, fazia tempo que eu não me sentia tão pra baixo.

Geralmente sou animado e sempre estou com bom astral, mas hoje eu estava péssimo.

Parecia que eu tinha chegado ao fim de uma estrada que acreditava ser linda, mas no fim, sem sonhos, era como se eu tivesse chegado ao fim do arco-íris e não encontrado o pote com as moedas de ouro que, quando criança, acreditava existir.

Tudo pra mim estava tão estranho, não parecia que estava neste planeta.

Não sei porque eu estava sentindo tudo isso, nem me sentia gente!

As pessoas passavam como vultos sem amor, o mundo parecia acabado, ou quem estava acabado era eu...

Os pensamentos enchiam a minha cabeça e caminhavam devagar, lado a lado comigo...senti o peso da existência de milênios, me angustiei em me dar conta de que tenho muito ainda que caminhar!...

Andei olhando as vitrines sem me interessar por nada...tudo era tão desconhecido, até mesmo a minha imagem cansada refletida na vitrine revelava que aquele não era eu!...

A tecnologia engoliu tudo que eu conhecia e, entre centenas de objetos à venda, tudo que eu pude reconhecer foram relógios, pilhas e óculos...o resto, eram objetos desconhecidos importados da China, Coréia e sei lá de onde mais...

Acho que parei no tempo!...As mulheres não usam mais relógios delicados...

No bolso, eu segurava o celular, outra tecnologia inutil...

Meu pensamento enviava ordens e minha mão o apertava...meus dedos estavam cansado de esperar não sei o que!

Havia enviado mensagens e aguardava respostas, mas elas, como sempre, nunca vêm.

O mundo tem que ser assim, quanto mais, menos!...

Joel A Silva
Enviado por Joel A Silva em 05/10/2010
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