Historieta: A arte de educar... (Capitulo XVI)
Quando a consulta foi marcada a secretária pediu para que fossem trazidas fotos da família, já que a mesma não ia poder estar lá completa.
A doutora Ligia tinha o hábito de realizar com a criança jogos onde ela associava as pessoas da família a determinadas situações cotidianas da vida como os afazeres do lar, cuidados com as crianças, para assim ir identificando as relações familiares de cada criança que por seu consultório passava, ir verificando as antipatias, as dificuldades, entre outros problemas de convivência no lar.
Quando Ana passou na casa de Armando tudo já estava pronto para a consulta: as fotos e os dois passageiros, mas dona Augusta sentiu um mal-estar minutos antes de sair, então Ana perguntou se poderia levar Carlinhos e Gustavo e se ela se importava de ficar sob os cuidados de Patrícia que se oferecera para cuidar dela e se preciso for chamar ajuda.
_ Ah! Ana, como nós poderemos pagar tamanho carinho de sua parte e de Patrícia?
_ Ficando boa rápido! Respondeu Ana.
Antes de sair Ana chamou Patrícia em particular e falou:
_ Qualquer coisa você me liga e eu volto correndo, certo?
_ Tudo bem!
Assim que Ana saiu dona Augusta melhorou e até quis ir de táxi para o consultório, mas Patrícia achou melhor que ficassem lá, bem quietinhas.
Chegando ao consultório foram levadas para a sala de brinquedos, onde Ligia iria conversar com as crianças.
Os meninos estavam felizes brincando, então Ligia chamou Ana para conversar a fim de saber qual a razão daquela consulta.
_ Ligia o Carlinhos vem tendo pesadelos constantes, com suores frios e muito choro.
_ Qual a história de nascimento dele?
_ A historia dele é uma meia história já que nunca ouvimos a outra parte.
_ Diga-me a parte que você conhece! Pediu Ligia.
_ Ele nasceu sem o conhecimento do pai, mas a mãe ao que parece ficou muito afetada, abatida diante da perspectiva de criar uma criança com síndrome de down e por razões que desconhecemos ao invés de buscar o pai, decidiu entrega-lo em uma instituição de caridade para crianças abandonadas, a tia do pai da criança, assim que viu o menino notou uma marca de nascença na perna igual a do seu sobrinho, moço que havia namorado está jovem, ela o avisou e ele foi buscar a criança, fez os exames que comprovaram que ele era o pai e ele então pegou a criança sobre sua tutela... Ana continuaria a história, mas de repente Ligia que estava atrás dela desabou no chão.
Ana não perceberá o estado emocional que a sua narrativa provocava em Ligia, pois estava de costas a observar pelo vidro os meninos brincando.
Assim que Ligia caiu Ana correu e chamou a secretária, e as duas juntas colocaram-na em uma maca.
_ Por favor, ligue para alguém da família dela?
Como estavam num prédio de consultórios médicos, Ana correu ao consultório da frente e solicitou a ajuda de um médico que estava atendendo, mas vendo a aflição e sabendo que se tratava de uma colega pediu licença a paciente, e foi atender sua amiga Ligia.
_ Ligia o que houve? Perguntou ele ao ver que ela reagia.
_ Meu filho! Meu filho está aqui! Disse ela ao médico.
_ O que?
_ Meu filho! Meu filho!
_ O que ela está dizendo? Perguntou Ana.
_ Que o filho desaparecido dela está aqui!
_ Como?
Antes que maiores explicações fossem dadas a mãe de Ligia chegou e ouvindo o que dizia a filha falou:
_ Doutor chame a policia e a segurança agora e não permita que ninguém saia daqui.
Continua...