Historieta: A arte de educar... (Capitulo IV)

Nos dias que se seguiram todos passaram por ajuste, Ana conversou com a diretora que a principio não cogitava de perder sua melhor professora, mas vendo-a decidida fez-lhe dois pedidos:

_ Eu aceito seu pedido de demissão se você aceitar vir a cada seis meses a escola dar uma palestra para os pais sobre os desafios de se educar os filhos de forma amorosa. Eu sei que material para as suas palestras não hão de faltar, certo?

_ Sim! Eu concordo!

Na universidade a conversa foi mais dura.

_ Você não pode desistir do curso assim? Disse a coordenadora.

_ Eu vou sair. Vim aqui apenas para acertar o trancamento do curso.

_ Você tomou a vaga de outra pessoa que realmente queria o curso, você sabia disso?

_ Não tomei a vaga de ninguém! Eu conquistei a minha e agora estou dizendo que não posso e nem quero continuar esse curso. Disse Ana tranquilamente.

_ Você não pode fazer isso?

_ Eu posso! É um direito que me assiste, pois a vida me pertence. Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta: _ A senhora agiria assim com uma aluna que tivesse morrido? A senhora diria ao espírito dela: você não pode parar o curso?

_ Dê-me o papel! E assinando-o acrescentou: _ Pode ir ao financeiro e acertar suas contas!

_ Obrigada!

_ Você ainda vai se arrepender de ter desistido. Você é uma excelente aluna, se resolver voltar venha falar comigo. Disse a coordenadora.

_ Não voltarei por agora, mas no futuro quem sabe? Obrigada e fique com Deus.

Assim que Ana saiu entrou na sala da coordenadora a professora Antonia e ao ver esta irritada perguntou:

_ O que houve?

_ Ana desistiu do curso.

_ O que?

_ Isso mesmo. Veio aqui cancelar tudo.

_ Por quê? Ela é uma das melhores alunas desta universidade você viu as notas dela e os trabalhos, sua linha de raciocínio é incrível, ela é boa demais, poderia sugeri-la ao governador para comandar uma secretaria sem medo de errar, mas quais as razões disso tudo? Perguntou Antonia interessada.

_ Ela disse que a família precisa dela. Olha que bobagem, afinal de contas nossos filhos têm ótimas babás, você não acha?

_ Como assim?

_ Ela tem um filho com síndrome de down. E acha que isso é motivo para parar tudo, até o emprego ela largou, você acredita?

_ Sim! Acho ela incrível, mas pode crer que ela não largou o emprego, porque isso ela nunca teve, ela deixou aquele trabalho para assumir outro, quem sabe até muito maior que isto tudo... Disse Antonia com uma imensa tristeza nos olhos.

_ O que você está dizendo?

_ Nada! Eu vou embora e amanha conversamos, tudo bem?

_ O que você tem? Perguntou a coordenadora ao perceber que Antonia não estava bem.

_ Só uma enxaqueca. Tchau Marisa amanhã nos vemos.

E assim Antonia saiu a reviver seus próprios fantasmas.

Continua...