Para além do princípio de prazer....
Existem coisas que fazemos na vida, que gostamos mas nunca tivemos a curiosidade de perguntar:
De onde isso vem? Por que isso me causa prazer e não aquilo?
Nada pode ser tão complexo e misterioso quanto a investigação da origem de um desejo, portanto talvez nem valha tanto a pena assim gastar uma vida inteira nessa procura pela nascente de um rio...apenas procure nadar por ele. Nadar em uma correnteza de um rio é algo quase impossível, por isso para alguns é mais interessante andar às margens dele, pelo menos é o mais fácil.
Sei que o que digo aqui pode parecer uma loucura que caminha paralelamente à realidade mas então convido vocês a imaginarem um meio padrão de vida social. Um sujeito que trabalha todos os dias de 8 as 18 horas para ter seu sustento e o sustento de seus dependentes familiares. Um sujeito que trabalha pra viver, mas que está tão alienado que não enxerga que poderia estar vivendo para trabalhar...
Não estou aqui para mostrar a salvação do mal-estar da civilização citado por Freud, mas talvez tentar mostrar uma alternativa para abrir algumas mentes.
Tentando então traçar um equilíbrio entre esse desejo misterioso que segue o fluxo do rio, com a realidade social observável, pergunto, porque ela não pode ser admirável? Sim. Admiração é a palavra correta para expressar bem o que eu quero lhes dizer. Algo vindo de dentro para fora. Por exemplo esse sujeito que trabalha de 8 as 18h, se o mesmo fosse substituído será mesmo que seu trabalho seria exercido da mesma maneira por alguém que fosse instruído academicamente da mesma forma que esse sujeito foi? Não? Porque?
Não somos fantoches da sociedade, mas também infelizmente não podemos simplesmente nadar no rio e ganhar a vida...Estamos entre os 2 num processo conflituoso que só pode nos levar a dois destinos distintos: Angústia por aceitação, ou elaboração por sublimação....Qual caminho você escolhe? hum?